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Empresa de ônibus que caiu é investigada

Ministério Público do Trabalho do Rio apura suspeita de jornada excessiva e pagamento irregular de horas extras

Briga entre motorista e passageiro é a principal hipótese para acidente ocorrido na terça; sete pessoas morreram

MARIANA SALLOWICZ DO RIO

O Ministério Público do Trabalho do Rio investiga a viação Paranapuan, dona do ônibus que caiu nesta semana de um viaduto na avenida Brasil (zona norte), por submeter os motoristas a condições precárias de trabalho.

Entre os problemas apontados estão jornadas excessivas de até 14 horas, falta de cinto de segurança para os motoristas e pagamento irregular de horas extras.

O sindicato dos trabalhadores diz que os condutores chegam a trabalhar 15 horas por dia -a jornada da categoria é de sete horas.

Uma ação civil pública contra a empresa foi julgada recentemente na 56ª Vara do Trabalho e a sentença será divulgada nos próximos dias. Procurada, a Paranapuan não atendeu à reportagem.

Na última terça, o veículo, que estava sem licenciamento, caiu do viaduto em uma das avenidas mais movimentadas da cidade após uma briga entre o motorista e um passageiro. Sete pessoas morreram e 11 ficaram feridas.

A conduta do funcionário da Paranapuan -que, segundo testemunhas, discutiu com o usuário e revidou os xingamentos -é um indicativo de um problema crônico no Rio, dizem especialistas.

Segundo José Eugenio Leal, professor de engenharia de transportes da PUC-Rio, as empresas incentivam a disputa entre ônibus para chegar mais cedo no ponto final, o que resulta em viagens em alta velocidade.

"O excesso de trabalho em um veículo desconfortável, com alto nível de ruído e vibração, em um tráfego altamente hostil aliado a competição entre os ônibus, leva alguns motoristas a terem uma atitude irresponsável", diz.

"Essa empresa é só um exemplo de práticas comuns no sistema de transporte do Rio. É preciso fazer mudanças", afirma o procurador Rodrigo de Lacerda Carelli.

Anteontem, o condutor André Luís Oliveira, 33, e o universitário Rodrigo dos Santos Freire, 25, foram indiciados sob suspeita de homicídio doloso (com intenção de matar). A prisão preventiva deve ser pedida até terça-feira.

Para a polícia, ao brigarem em um veículo em movimento, os dois teriam assumido o risco de provocar o acidente.

LICENCIAMENTO

O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, afirmou ontem à Folha que a empresa será multada pela falta de licenciamento do veículo -o valor não foi divulgado até a conclusão desta edição.

A prefeitura e o Detran também vão sincronizar os calendários de vistoria a partir do ano que vem.

O ônibus da Paranapuan tinha a vistoria da prefeitura, mas estava sem o licenciamento desde novembro.


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