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Cotidiano

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Curvas da estrada velha de Santos estão vazias há 2 anos

Polo turístico inaugurado por Alckmin em 2004 não recebe nenhum visitante desde 2011, após interdição

Problemas causados pelas fortes chuvas estão sanados desde julho, mas data de reabertura é incerta

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

D. Pedro 1º, segundo historiadores, passou por lá durante o famoso dia 7 setembro de 1822. Um pouco depois, mudaria a história da colônia ao declarar Independência de Portugal, perto do riacho do Ipiranga.

O cantor Roberto Carlos também esteve lá, no século passado, e adorou a região.

A experiência pelas famosas "curvas" da estrada de Santos rendeu até música, feita com Erasmo Carlos, e lançada em LP de 1969.

Em 2004, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) compareceu ao local para inaugurar o polo ecoturístico.

"O meio ambiente exuberante que se pode apreciar nesse caminho é resultado do trabalho dos órgãos ambientais para proporcionar à população uma boa qualidade de vida", disse à época a então diretora do Instituto Florestal (ligado ao governo), Maria Cecilia Wey de Brito.

Em março de 2011, vieram as fortes chuvas do verão.

Barreiras caíram pelo caminho. Demorou mais de um ano, mas o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) liberou o local em julho do ano passado.

O tempo passou. Oficialmente, a atração turística está fechada. Mas a entrada do parque, do lado de São Bernardo do Campo, está abandonada. Quem quiser entra sem sobressaltos.

Desde o fechamento até hoje, por volta de R$ 500 mil foram gastos no local.

Os recursos nos últimos anos saíram dos cofres da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), responsável, até dezembro, pelo projeto turístico.

Não existe data prevista para a reabertura da estrada, informa a empresa.

Um novo contrato, que será administrado pela Fundação Florestal, ligada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, do secretário Bruno Covas, está sendo feito.

PEDRAS

A estrada "Caminhos do Mar" dá acesso a um lugar único do Brasil Colonial.

A Calçada do Lorena, inaugurada em 1792 e usada pelo imperador, é a primeira ligação pavimentada feita para transpor a Serra do Mar.

A ligação entre a Baixada Santista e o planalto paulista é de pedras e em formato de V, técnica usada para facilitar o escoamento da chuva.

Enquanto o polo turístico esteve aberto, atraiu pedestres e amantes da bicicleta. Os carros estavam proibidos.

Os últimos automóveis, com exceção de passeios autorizados, passaram pela serpenteante rodovia nos anos 1980, indicam os registros públicos. Ela estava asfaltada, funcionando como via pública desde 1922, ano que marcou o centenário da Independência do Brasil.

O passeio era agradável. O visitante, em oito quilômetros que demoravam cinco horas para serem percorridos, voltava ao passado.

Além de caminhos históricos, há monumentos dos anos 1920. Entre a Calçada do Lorena (o nome refere-se a Bernardo José Maria de Lorena e Silveira, governador que mandou fazer a via) e a Estrada Velha de Santos, dos anos 1920, a região também abrigou a Estrada da Maioridade.

O nome é uma referência à maioridade de D. Pedro II, que participou da inauguração da estrada, em 1846.

Ela teve de ser interditada dois anos após a inauguração, por má conservação.


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