Folha de S.Paulo

Óleo chega a outras três praias do litoral norte

RICARDO HIAR COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CARAGUATATUBA

A mancha de óleo que vazou de um píer da Petrobras na tarde de sexta-feira, em São Sebastião, se alastrou pelo litoral norte de São Paulo e atingiu ao menos três praias badaladas na cidade vizinha de Caraguatatuba.

A sujeira atrapalhou os banhistas. "Quando sai do mar, estava com o corpo cheio de óleo", afirma o corretor de imóveis Mário Oliveira Bitencourt, 55. Ele viajou da capital paulista para passar o final de semana na praia da Cocanha.

A publicitária Erica Dias, 28, também de São Paulo, relatou ter visto vários banhistas da mesma praia reclamando do cheiro forte e do óleo no mar. "Evitei entrar na água, mas ninguém informa nada e não dá para saber se isso traz riscos à saúde", afirmou.

Além de Cocanha, o combustível chegou às praias de Capricórnio e Massaguaçu, de acordo com a Cetesb (companhia ambiental de São Paulo).

Em todas elas, os trabalhos de análise e de contenção da Petrobras começaram só no fim da tarde de ontem, quando o movimento de banhistas já havia diminuído.

Técnicos ainda analisavam durante a noite se havia óleo nas praias de Mococa, também em Caraguá, e Lagoinha, em Ubatuba.

Maricultores (produtores de mariscos) que fazem o cultivo na região também disseram estar preocupados com a situação e os riscos de perderem a produção.

"Até as pessoas estão saindo com óleo pelo corpo. Imagina como está vida marinha", disse a engenheira agrônoma Luciana Yuri Sato, 40, que cultiva mariscos e peixes.

O vazamento do combustível conhecido como Marine Fuel 380 ocorreu durante o abastecimento de um navio no terminal Almirante Barroso, de uso exclusivo da Petrobras. A Prefeitura de São Sebastião interditou nove praias.

A Transpetro, braço da Petrobras, disse que as causas estão sendo apuradas e que mobilizou cem pessoas ontem para a contenção em Caraguá.