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Daniel Eshkenazy (1969-2013)
Intérprete fanático pelo agente secreto 007
ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULOTeve um filme que Daniel Eshkenazy viu na televisão quando criança que o fez passar os 30 anos seguintes lendo e conversando sobre um agente secreto que se apresentava como Bond, James Bond. "007 Contra Goldfinger" (1964) mudou sua vida.
A partir dali, passou a colecionar pôsteres, livros, enciclopédias e filmes. Adquiria tudo sobre o personagem criado pelo escritor Ian Fleming -algumas publicações que comprou nem chegou a abrir.
Em 2001, começou a participar da Comunidade 007 Brasil, como lembra o amigo Fábio Carmona, fundador do grupo. Ia a encontros e eventos da comunidade -o último deles foi realizado em outubro do ano passado, e Daniel, mesmo doente, esteve lá.
Paulistano, estudou direito, mas não chegou a se formar, segundo a mãe, a francesa Marie Claire. Com facilidade para línguas, trabalhou como tradutor e intérprete.
Falava hebraico, inglês, francês, espanhol e húngaro.
O húngaro era quase uma segunda língua, por causa da origem dos avós maternos, nascidos na Romênia e Hungria. Morou um período na França e trabalhou no Uruguai como intérprete de hebraico.
Também apaixonado por música, especialmente a dos anos 70 e 80, mantinha uma rádio virtual, a Jukebox Time Machine Webradio, que "toca somente flashbacks 24 horas por dia e sem intervalos".
Na internet, apresentava-se como Marnowertz, Dargonflinks Marnowertz, um pseudônimo que inventara. É descrito como brincalhão, sereno e muito atualizado.
Sofria de câncer havia dois anos e meio. Morreu no sábado (6), aos 44. Era solteiro.