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Índios saem de hotel de luxo invadido na Bahia

Donos apontam sumiço de TVs; invasores negam Indígenas deixaram o local na caçamba de caminhonetes da polícia; área foi invadida no domingo

MÁRIO BITTENCOURT COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM UNA

Índios tupinambás que invadiram um hotel de luxo no sul da Bahia, no último domingo, deixaram o local ontem, em caçambas de caminhonetes da Polícia Federal.

Pelo menos 30 índios estavam no hotel Fazenda da Lagoa, em Una (a 570 km de Salvador), em protesto para reivindicar a demarcação de uma reserva na região.

Eles saíram de forma pacífica depois de a Funai (Fundação Nacional do Índio) mostrar, com um mapa, que o hotel não está dentro do território pleiteado pela tribo.

Proprietários do hotel apontam o sumiço de oito aparelhos de TV, garrafas de vinho da adega, roupas de praia e objetos da rouparia.

Em nota, o hotel afirmou que os prejuízos ainda não foram calculados porque funcionários estão "assustados" com a invasão e "não voltaram ao hotel para fazer um levantamento preciso".

O delegado-chefe da Polícia Federal em Ilhéus, Mário Vinícius de Lima, disse que logo após a saída dos índios foi feita uma vistoria com representantes da Funai e funcionários do hotel, mas nenhum furto foi identificado.

A Polícia Civil em Ilhéus disse não ter registrado ocorrência. A queixa sobre os bens que sumiram deve ser feita hoje, segundo o hotel.

Ontem, depois que o grupo partiu para comunidades em Una e Ilhéus, um funcionário da Fazenda da Lagoa mostrou à Folha o teto danificado em uma das cozinhas. "Foram os índios que fizeram isso, até domingo não estava assim", afirmou, sem se identificar.

REIVINDICAÇÃO

Os índios negaram qualquer dano. "Nossa intenção não é provocar prejuízo material, e sim pressionar o governo para que seja demarcada logo a nossa terra. Não danificamos nada", afirmou o cacique Val Tupinambá, 35.

Ainda segundo os sócios do hotel, outro grupo com sete índios chegou ao local à tarde, mas foi embora ao saber da desocupação.

O hotel tem diárias a partir de R$ 1.000, com praia privativa, spa e 14 bangalôs. O funcionamento está suspenso desde julho de 2012, por passivos ambientais.

Na região, segundo os índios, há outras 46 propriedades invadidas. Três mandados de reintegração de posse devem ser cumpridos na próxima semana, segundo a PF.


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