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Após estupro, Rio proíbe circulação de vans na zona sul

Eduardo Paes diz que sistema é operado por 'gente do bem' e restringe transporte para 'reordenar o trânsito'

Sindicato afirma que medida afetará 100 mil, vai causar caos em ônibus e metrô e ameaça ir à Justiça

LUCAS VETTORAZZO DO RIO

A partir de segunda-feira, vans, kombis e micro-ônibus estarão proibidos de fazer transporte de passageiros em parte da zona sul do Rio.

Decreto do prefeito Eduardo Paes (PMDB) que determina a proibição foi publicado ontem no "Diário Oficial".

A medida entra em vigor 15 dias após uma turista norte-americana ser estuprada dentro de uma van de transporte coletivo. Ela e o namorado entraram no veículo em Copacabana, zona sul da cidade, rumo à Lapa, centro. Entre os acusados do crime estão o motorista e o cobrador.

De acordo com o prefeito, a intenção do decreto é "reordenar o trânsito nos bairros de Botafogo, Humaitá, Urca, Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico, Gávea, Vidigal, São Conrado e Rocinha".

O SindVansRio, sindicato que representa a categoria, estima que 100 mil pessoas utilizem as vans diariamente nos bairros incluídos na restrição municipal de tráfego.

'GENTE DO BEM'

"O transporte alternativo tem que ser, literalmente, complementar ao grande transporte público. Você tem que colocar a van onde não tem transporte nenhum. Nos sub-bairros das zonas oeste e norte [da cidade], onde há dificuldade de acesso à rede, a van tem um papel. Na zona sul, pelo amor de Deus, o que não falta é transporte", afirmou ontem o prefeito.

Paes disse ainda que a maioria das pessoas que operam as vans no Rio são "gente do bem".

"Eu não tenho como dizer que a pessoas que operam van no Rio são marginais. Ao contrário, a maioria é de gente do bem. Só que em alguns momentos virou caso de polícia", afirmou o prefeito.

REAÇÃO

A decisão da prefeitura foi criticada pelo diretor jurídico do SindVansRio, Guilherme Piserra.

De acordo com ele, a medida vai gerar desemprego e trazer o caos para o transporte público, já que um volume grande de usuários acabará sendo deslocado para as redes de metrô e ônibus.

O sindicato disse que está avaliando se irá entrar na Justiça contra a medida.

O decreto exclui da proibição vans, kombis e micro-ônibus cadastrados na Secretaria Municipal de Transporte para operar nas favelas do Vidigal e da Rocinha. O texto publicado no "Diário Oficial" determina quais trajetos os veículos poderão fazer.

Por causa da mudança, a partir da próxima segunda-feira agentes de trânsito farão operações especiais na região para orientar o trânsito e impedir a circulação desses veículos nos bairros.


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