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Morador ignora laudo e reforma casa em área da CSN

Governo mandou retirar 220 famílias em 15 dias do terreno apontado como contaminado em perícia feita pelo Estado

Segundo secretaria, solo da área foi atingido por metais pesados e outras substâncias tóxicas; empresa nega

MARIANA SALLOWICZ ENVIADA ESPECIAL A VOLTA REDONDA (RJ)

Dias após o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, ter anunciado a remoção de 220 famílias de áreas da CSN apontadas como contaminadas em Volta Redonda (RJ), a dona de casa Alessandra Rodrigues, 38, acerta com o pedreiro detalhes sobre a reforma de seu imóvel, localizado no bloco 225 do Volta Grande 4.

O funcionário coloca pisos na entrada da casa, após ter feito o mesmo serviço nos fundos do imóvel.

"Sabemos que há contaminação, mas não vou me desesperar. Vou tocar a minha vida", diz Alessandra, que vive em uma das propriedades condenadas pelo Estado.

O pedreiro está com a agenda cheia. A vizinha de Alessandra também o contratou. "Assim que encerrar o trabalho aqui, vou para outra casa", diz ele, que se identificou apenas como Gilson.

Entre moradores, o clima é de preocupação com os riscos à saúde, mas também de descrença sobre a retirada.

"Faz mais de dez anos que ouvimos que há problemas, não estou preocupada. Só acredito quando baterem no meu portão e disserem que tenho que sair", afirma Íris Teixeira, 38, moradora do mesmo bloco.

CONTAMINAÇÃO

Segundo laudo da Secretaria Estadual do Ambiente, a área está contaminada com metais pesados e outras substâncias tóxicas da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). A empresa nega.

Na segunda-feira, Minc estabeleceu prazo de 15 dias para a CSN iniciar a remoção de 750 moradores de 220 casas.

Íris conta que desde que foi feito o anúncio ocorreram dois problemas. "Nossos imóveis foram completamente desvalorizados. Além disso, quando falamos que moramos aqui as pessoas ficam assustadas", disse.

Ela afirma que irá reformar a casa após passar o período das chuvas. "Quero ampliar a minha cozinha e pintar as paredes".

Outro morador, que preferiu não se identificar, diz que já tem um projeto para ampliar o seu imóvel, com a construção de um novo andar e um terraço. As obras, diz, terão início em julho, quando sai de férias.

Para ele, a notícia da remoção é "politicagem" e "logo todos vão esquecer disso".

Sobre a contaminação do solo apontada pelo laudo, afirma que não irá mudar a sua rotina, comendo manga no pé da árvore com os filhos como sempre fez.


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