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Há 2 anos, traficante exigiu R$ 2 mi para 'autorizar' nova ponte

Suspeito de ordenar agressão a atleta costuma percorrer as ruas do Complexo da Maré com uma escolta de traficantes

Pare policiais, ele conta com corrupção de PMs para permanecer livre; complexo vai receber a próxima UPP

MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

Há dois anos, as polícias Civil, Militar e Federal tentam prender o traficante Marcelo Santos das Dores, 32, suspeito de ser o mandante da agressão sofrida pelo jogador Bernardo, do Vasco da Gama, no último domingo.

O criminoso começou a ser investigado, em 2011, após pedir R$ 2 milhões à empresa Queiroz Galvão para permitir a construção da primeira ponte estaiada do Estado. A empreiteira não quis comentar as ameaças, e a Polícia Civil abriu inquérito sobre o caso.

Menor P, como ele é conhecido, costuma percorrer as ruas do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, com uma escolta formada por cinco traficantes.

Das 16 favelas que compõem a Maré, a sua facção, o Terceiro Comando Puro, controla o tráfico de drogas em 12.

Ex-militar do Exército, segundo policiais, o traficante conta com a corrupção de PMs para mantê-lo livre.

Na sexta, dia 19, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) chegaram à casa onde ele estaria comemorando o seu aniversário.

Não encontraram ninguém --apenas as peças de carne para o churrasco ainda no espeto. Entre os PMs do Bope há a certeza de que a operação para prendê-lo "vazou".

Dos comerciantes do bairro, Menor P exige o pagamento mensal de propina e o direito de usar as lojas como abrigo de sua quadrilha.

Mantém com os policiais militares que o protegem um acordo: no bairro, carros não devem ser não roubados. O número de casos em fevereiro chegou a 20, menor do que os 37 casos em fevereiro de 2012.

Diante de tantos casos de tráfico e de corrupção, além de sua posição geográfica (está entre as principais vias de acesso ao centro do Rio), o Complexo da Maré deve receber a próxima UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

BAILES E FESTAS

Menor P é presença constante em bailes funk e festas da comunidade, assim como artistas e jogadores de futebol.

Não se trata de um caso isolado. Em 2005, o goleiro Julio Cesar, hoje no Queen Park Rangers, da Inglaterra, ligou para o radiotransmissor do traficante Eriomar Moreira, o Bem-te-vi, da Rocinha quando jogava na Inter de Milão. O goleiro admitiu ter conhecido o traficante em jogo beneficente na favela.

Em 2010, o atacante Vagner Love, ex-Flamengo, também foi visto em um baile funk na Rocinha com homens armados de fuzis. Na ocasião, o atleta disse não ter visto os criminosos.

No mesmo ano, o atacante Adriano, então no Flamengo, comprou uma moto para o traficante Mica, do Complexo do Alemão.


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