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Embargada, obra de casa de show no Jockey acumula multas

Valor soma R$ 790 mil; decisão sobre a construção, suspensa há mais de um mês pela prefeitura, pode sair hoje

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

A construção de uma casa de shows dentro do Jockey Club de São Paulo, administrada por uma gigante do ramo de entretenimento, a XYZ Live, está embargada há mais de um mês, diz a prefeitura.

Três multas, que somam R$ 790 mil, foram aplicadas pelo poder público desde 25 de março porque a obra da Claro Live! House continuou. O cronograma prevê a abertura da casa, orçada em R$ 18 milhões, em julho.

Os parceiros do empreendimento, que deve receber até 7.000 pessoas, interpretam a lei de forma diferente dos fiscais. Dizem que a construção é temporária e já entraram com recurso contra as autuações (leia texto ao lado).

Uma decisão sobre o caso pode sair hoje. Um dos órgãos da Secretaria Municipal de Habitação, a Comissão de Edificações e Uso do Solo, vai avaliar a possibilidade de liberar a obra e reverter a aplicação das multas.

O local terá 10 mil m² de área coberta e um total de 21 mil m² de construção. O projeto arquitetônico prevê a montagem de 34 camarotes, 218 banheiros, 10 VIP Boxes, 14 entradas, 12 bares e 36 saídas de emergência.

DIVISÃO

Dentro dos muros do Jockey de São Paulo, não se trata apenas da construção de uma casa planejada para a realização de eventos musicais, artísticos e esportivos.

A polêmica em torno da Claro Live! escancara a divisão que existe dentro do hipódromo de Cidade Jardim, que há décadas vive uma fase de decadência.

Existe um grupo do turfe, que pretende fazer renascer a atividade, e outro que está na presidência e que defende com mais ênfase os eventos paralelos às corridas.

Para Eduardo da Rocha Azevedo, atual presidente do Jockey, essa é a maneira de deixar a situação financeira do clube "no azul".

Pelo contrato entre o Jockey e a XYZ Live (uma das empresas do grupo ABC, que tem o publicitário e colunista da Folha Nizan Guanaes entre os sócios), o clube locou parte de seu terreno para a casa.

O acordo é válido por quatro anos. Além do aluguel, o Jockey de São Paulo poderá usar o local em algumas datas por ano e, também, explorar o seu estacionamento.

O empresário Alessandro Arcangeli, presidente da Associação Paulista de Fomento ao Turfe, diz que as corridas precisam estar no primeiro lugar da lista de prioridades.

"A atual administração tem feito vários projetos que vão contra as corridas de cavalo", diz Arcangeli, que também é proprietário de cavalos, além de sócio do clube.

Segundo ele, no último Lollapalooza, evento musical que durou três dias, os cavalos ficaram todo o tempo sem dormir, por causa do barulho, o que prejudicou o desempenho deles. Na prática, diz, fatos como esses prejudicam os apostadores das corridas.

"De repente, um favorito pode não ter ganho porque estava cansado", afirma.

Rocha Azevedo rebate as críticas: "Entre as corridas e um evento de entretenimento, é melhor não ter as corridas". Segundo ele, o turfe gera hoje um prejuízo anual de R$ 20 milhões ao Jockey.


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