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Vicente Buono (1924-2013)

Vicentão, joalheiro e pé de valsa

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Poucos dias atrás, Vicente Buono esteve internado. No hospital, tentava convencer os médicos de que já era hora de ir embora, pois havia ainda muito trabalho a fazer. Tinham de lhe dar calmantes.

Por mais de 40 anos, Vicentão, ou "don Corleone" (como se referiam a ele os amigos que o achavam a cara do mafioso de "O Poderoso Chefão"), dirigiu-se toda manhã à rua Barão de Itapetininga, no centro de São Paulo. Lá, mantinha a Buono Joalheiros.

Muito ativo, trabalhou até o fim da vida. Acordava diariamente às 5h30 e às 6h saía de casa para exercer um ofício que era "artístico", como conta a filha Fátima, bióloga, artista plástica e professora.

Nascido na capital paulista, Vicente serviu no Exército e por pouco não embarcou para a Segunda Guerra. Fazia o treinamento dos soldados.

Depois, tornou-se aprendiz de ourives, até que conseguiu montar o próprio negócio, que permaneceu num único endereço, segundo a filha.

Casou-se duas vezes e teve quatro filhos (dois de cada mulher). Com a advogada Dirce, a segunda, batia ponto aos domingos no Clube Piratininga, em Higienópolis, na região central de São Paulo.

Pé de valsa, adorava dançar nos bailes do clube. Quando ficou viúvo em 1996, pensou em parar, mas os filhos o convenceram a continuar.

Também eram sagradas, às segundas, as reuniões da maçonaria. Não perdia uma.

Brincalhão e debochado, era às vezes turrão e teimoso, segundo a família. Dizia não se meter na vida de ninguém para ninguém se meter na dele.

Sofrera um infarto. Morreu na sexta (26), aos 89, de falência de órgãos. Teve duas netas.


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