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Controle clonado vira 'arma' de ladrão em roubo a prédios de luxo

Aparelho conhecido como 'chupa cabra', que custa R$ 50, copia dados de modelo mais usado no país

Equipamento clonado foi usado em 4 dos 6 arrastões este ano em SP; dica é não deixar o controle no veículo

AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

Com um carro semelhante ao de um morador, bandidos armados se aproximam da entrada de um prédio, acionam o controle do portão e entram no local pela garagem.

Foi dessa forma, com um controle clonado, que criminosos agiram em quatro dos seis arrastões do ano na cidade de São Paulo neste ano.

Entre os locais roubados está um condomínio de luxo, anteontem, na alameda Lorena, no Jardim Paulista, zona oeste da capital.

A estratégia de clonar o controle tem sido usada pelos criminosos para chamar o mínimo de atenção e evitar que alguém do lado de fora do prédio ligue para a polícia no momento do assalto.

Hoje, quase quatro décadas após a implantação dos primeiros portões automáticos no Brasil, há ao menos quatro tecnologias diferentes de controles. Dois tipos deles são facilmente clonados.

O mais antigo, conforme quatro técnicos consultados pela Folha, pode ser fraudado cortando apenas um fio que o programa para abrir determinado portão. Dessa maneira, ele passa a funcionar como um controle universal.

O outro, mais usado, tem sua "senha" copiada por meio de um aparelho conhecido como "chupa cabra".

Em poucos minutos as informações do controle original passam para o fraudado. O equipamento é vendido a R$ 50 na internet ou em lojas de informática. Estima-se que quatro milhões de imóveis no país usem essa tecnologia.

"Assim como a tecnologia para segurança evoluiu, a para uso ilícito também", diz Reinaldo de Barros Jr., gerente da PPA portões automáticos.

Os sistemas mais seguros se baseiam na renovação da senha do controle toda vez que ele é acionado. Se o clone não seguir essa sequência, o portão não abre.

Uma fábrica juntou a essa tecnologia informações como como o nome do morador e a placa do carro, tornando a fraude ainda mais difícil.

"Todo controle está sujeito a clonagem. Mas quando há muitas informações, fica mais difícil. Além do que, os equipamentos para cloná-los custam até R$ 200 mil", diz o técnico em informática industrial Florentino Ridão.

Com a série de arrastões, alguns cuidados devem ser tomados. O principal é evitar que outras pessoas tenham acesso ao seu controle.

"Muita gente deixa o controle no carro quando o entrega para o manobrista. Essa pessoa pode ser usada pelo para te roubar", diz Ridão.

Alguns condomínios adotam medidas para suprir a fragilidade dos portões eletrônicos. Uma é instalar dois portões --o que dá acesso à garagem só é aberto quando o primeiro se fecha, formando uma espécie de gaiola.

Há também os que só abrem o portão mediante a digitação de uma senha e os que têm uma vaga de pânico. Se o carro for estacionado nela, um alerta é dado ao porteiro, que chama a polícia.


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