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Curitiba terá 'farofada' contra veto a skatistas
Proibição de skate em calçadas motiva o ato
Construída por R$ 400 mil, uma calçada de granito em Curitiba irá receber uma "farofada" no domingo em protesto contra a proibição de circulação de skatistas.
Para os organizadores do evento, uma espécie de versão paranaense do "churrascão da gente diferenciada", o calçadão é de todos.
"Há um elitismo muito claro em Curitiba, e essa calçada é uma prova", diz a atriz Kaley Michelle, 28, uma das organizadoras da festa, que convida os participantes a levar pão com mortadela, torresmo e cadeira de praia.
A obra causou polêmica. Moradores reclamavam que parte da cidade sequer tem calçadas bem cuidadas. O bairro do Batel, onde está a avenida, tem um dos metros quadrados mais caros de Curitiba e reúne bares, butiques e prédios de luxo.
Para tentar diminuir a polêmica, a prefeitura substituiu o granito por blocos de concreto em parte da avenida, reduzindo o custo final pela metade.
PROIBIÇÃO
Agora, skatistas aproveitam a superfície regular da calçada para praticar o esporte, mas têm sido impedidos por guardas municipais.
"Não viu que esse negócio que puseram aqui é de ouro? Não pode arranhar", diz um deles, em vídeo na internet.
A prefeitura afirma que a abordagem do servidor foi "inadequada", mas diz que não recomenda a prática de skate na calçada.
Os comerciantes, contrários ao uso da avenida por skatistas, dizem que o esporte danifica a calçada e coloca pedestres em risco.
"Não somos contrários à manifestação, mas não dá para virar uma luta de classes", diz o empresário Fabio Aguayo, para quem há "preconceito velado" contra o Batel. "Isso é pensar pequeno. Quem ganha é a cidade: o turista está lá, o funcionário do bar está lá, há empregos."
Até agora, 4.600 pessoas confirmaram participação pela internet na "farofada". A expectativa da organização é que pelo menos 10% dessas pessoas participem.
