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Tempo menor para formar oficial é criticado

Especialistas em segurança são contra a redução da carga horária; reforço na área de perícia criminal é apoiado

Bônus para policial que reduzir a violência, previsto no pacote de Geraldo Alckmin contra o crime, divide opiniões

DE SÃO PAULO

Especialistas consultados pela Folha afirmam ser contrários à redução do tempo de formação de oficiais da Polícia Militar e favoráveis à ampliação do quadro funcional da área de perícias criminais, duas das principais medidas que devem ser anunciadas pelo governo paulista.

O único ponto em que os três profissionais ouvidos pela reportagem divergem é no pagamento de bônus para policiais que conseguirem reduzir a criminalidade.

O professor José dos Reis Santos Filho, do Núcleo de Estudos da Violência da Unesp, diz que a urgência na ampliação dos quadros de policiais não pode prevalecer sobre a qualificação.

"Qual disciplina vão tirar do currículo? Direitos humanos? Essa redução do tempo é prejudicial", afirmou.

Até quem já fez parte da corporação condenou a medida. O tenente-coronel da reserva Ricardo Jacob, vice-presidente da Associação dos Oficiais Militares de São Paulo, diz que a redução do tempo de formação é "tapar o sol com a peneira".

"Você bota o PM mais rápido na rua, mas ele vai menos preparado", afirmou.

O professor Ignacio Cano, membro do Laboratório de Análise de Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), diz que o ideal é intensificar a qualificação dos policiais.

"Em alguns países, quem quer seguir a carreira de oficial da polícia precisa cumprir alguns créditos na faculdade antes de entrar na área de fato. Sem isso, você terá profissionais menos qualificados e menos habituados ao nosso tempo."

PRÊMIOS

Com relação à proposta de premiação dos policiais por redução dos índices criminais, Santos Filho diz que pode haver uma série de falsas elucidações de crimes ou até mesmo a subnotificação de casos para que os prêmios sejam pagos.

Para o tenente-coronel Jacob, o ideal é reajustar o salário dos policiais e padronizá-lo em todo o país.

"Não podemos voltar ao Velho Oeste', em que as pessoas recebiam prêmios para prender bandidos."


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