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Líder de igreja, pastor é preso no Rio acusado de estuprar seis fiéis

Há 30 depoimentos contra Marcos Pereira da Silva, que teria violentado ex-mulher, diz polícia

Defesa de religioso diz que prisão é 'absurda'; investigado há um ano, pastor é suspeito ainda de associação ao tráfico

DIANA BRITO DO RIO

O pastor Marcos Pereira da Silva, 56, presidente da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi preso anteontem à noite no Rio sob acusação de estuprar seis fiéis, entre elas, sua ex-mulher. Ele nega.

Os crimes, diz a polícia, teriam sido cometidos em um apartamento na av. Atlântica, na orla de Copacabana, e na sede da igreja, em São João de Meriti, Baixada Fluminense.

"As provas são convincentes. Temos 30 depoimentos no inquérito contra ele", disse o delegado Márcio Mendonça.

A Folha teve acesso a alguns depoimentos. Neles, as mulheres afirmam que o pastor aproveitava os momentos a sós para cometer os estupros.

Um delas afirma que Pereira contratou um médico para fazer abortos nas vítimas que engravidavam. "Ele dizia que elas estavam endemoninhadas e tinham que lavar seus corpos com ele para se livrarem do mal", disse o policial.

A ex-mulher do pastor disse à polícia que ela mesma sofreu um estupro em casa. Depois, registrou documento em cartório no qual se desmentiu.

Marcelo Patrício, advogado do pastor, disse que a prisão "é um absurdo". "Pode até ser perseguição religiosa como a que estão fazendo com o Marco Feliciano [presidente da Comissão de Ética da Câmara]."

Na segunda à noite, Feliciano participou de culto na igreja presidida por Pereira. A assessoria do deputado informou que ele não falaria.

Nos depoimentos, as fiéis dizem que o pastor afirmava ser "homem de Deus" e, por isso, deveriam seguir suas ordens. Uma delas, que afirma ter vivido no prédio da igreja dos 13 aos 21 anos, disse que "quando não queria ter relações, logo era castigada, pois dependia das coisas dadas por ele para seu sustento".

Marcos Pereira começou a ser investigado há um ano, após denúncia de que ele estaria envolvido com o tráfico de drogas. Ele ficou conhecido por seu trabalho de reabilitação de dependentes químicos e de criminosos. Realizava cultos em presídios.

Segundo a polícia, Pereira também é suspeito de envolvimento em quatro homicídios, lavagem de dinheiro e associação ao tráfico.


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