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Bolsa Anticrack - A favor

Iniciativa é um passo na direção certa

É essencial a escolha e a capacitação adequadas dos serviços credenciados

HAMER PALHARES ESPECIAL PARA A FOLHA

O tratamento da dependência de crack é desafiador e, indicam estudos, vale a pena.

Após abordagem inicial (da dependência em si, da síndrome de abstinência etc.), a reinserção social é uma peça primordial na recuperação.

Muitas vezes, superada a fase inicial do tratamento, a frustração ao deparar-se com o mercado de trabalho, a falta de habilidades sociais e técnicas para recomeçar são um gatilho para a recaída.

É comum, na dependência, vários "recomeços". Os melhores estudos apontam que aqueles que se mantêm em tratamento atingem um grau maior de estabilidade.

É por meio deste prisma que deve ser analisada a série de recentes iniciativas para tornar disponíveis intervenções terapêuticas.

O programa do governo estadual paulista, que prevê a entrega de cartões de R$ 1.350 mensais para o tratamento de dependentes de crack, é um projeto importante.

Pode servir como um piloto, uma vez que o número total de usuários é muito maior do que os 3.000 pacientes que formam o público-alvo.

A escolha dos serviços será por aqueles de baixa complexidade por uma questão de custos. Para melhor andamento da iniciativa, é essencial a escolha e a capacitação adequadas dos serviços.

Vale salientar que não se trata de "bolsa crack", do mesmo modo que não se denomina "bolsa diabetes" a disponibilização de insulina a portadores desta patologia.

Mesmo se fosse o caso, há estudos mostrando boa efetividade de abordagens que concederam vouchers a atividades culturais e benefícios a pacientes que aderiram ao tratamento e se mantiveram abstinentes conforme exames de rastreamento urinário.

Nesse sentido, a iniciativa revela um quê de humildade e mea-culpa: precisamos fazer mais, muito mais, do que tem sido feito até o momento. Nesta mea-culpa, sim, estamos eu e o caro leitor.

Será suficiente? Certamente que não, mas me parece um passo na direção correta.


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