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'Queria meu próprio dinheiro', afirma interno

DE SÃO PAULO

A pergunta feita era a mesma: por que você está na Fundação Casa? As respostas de três jovens internados por tráfico de drogas foram parecidas.

"Queria o meu próprio dinheiro para comprar minhas coisas. Comprar tênis, roupa, tudo o que os outros têm eu também queria ter. É aí que vem a ilusão", diz G., 17 anos, detido duas vezes por tráfico.

"Fui no embalo de uns moleques que fumavam maconha e eu achava bonito porque chamava atenção das meninas. Tinha roupa nova e dinheiro no bolso", afirma L., 17 anos, apreendido por tráfico após ser internado em uma clínica de desintoxicação.

"Um dia pedi um tênis de R$ 400 para minha mãe e ela disse que não podia comprar. Via muita gente com moto nova, roupa boa. Perguntei, por que eu não posso? Decidi traficar", relata R., 16, detido duas vezes por tráfico.

A tentação pelo consumo e pela vontade de se destacar na sociedade não são as únicas coincidências nos discursos dos três adolescentes. Moradores de periferias, eles reclamam da falta de oportunidades e, agora, prometem seguir novos rumos.

"Como eles foram privados de políticas de atendimento de saúde, educação, moradia e até de reconhecimento pela sociedade, acabam achando no tráfico essa oportunidade de se destacarem", afirma Ana Lúcia Nunes Santos, diretora da unidade da Fundação Casa onde estão detidos os três jovens.

A maioria dos 56 internos dessa unidade foi detida pelo tráfico. Mensalmente cada um custa cerca de R$ 7.100. Em média, a internação é de oito meses.


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