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PF prende 9 suspeitos de exploração sexual de indígenas no AM

Ministério Público Federal denuncia 'comércio de virgindade' na cidade de São Gabriel da Cachoeira

Presos são suspeitos de dar comida, presentes e dinheiro para crianças de 12 a 16 anos em troca de relações sexuais

KÁTIA BRASIL EM SÃO PAULO

A Polícia Federal prendeu ontem nove pessoas suspeitas de exploração sexual de meninas indígenas em São Gabriel da Cachoeira (AM), na fronteira com a Colômbia. Uma pessoa está foragida.

A Operação Cunhatã (menina, em tupi) apontou a existência de um "comércio de virgindade" na cidade.

Segundo a PF e o Ministério Público Federal, os suspeitos, entre eles três comerciantes, tiravam proveito da pobreza de meninas de 12 a 16 anos e mantinham relações sexuais com elas em troca de dinheiro, presentes ou até mesmo comida.

Sete homens e duas mulheres foram detidos e levados de avião para Manaus. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela PF.

"As mulheres aliciavam as meninas porque havia um comércio da virgindade. Os presos compravam as virgindades com dinheiro e bombons", afirmou Dercio Carvalheda, superintendente em exercício da PF no Amazonas.

A Folha revelou o problema da exploração sexual em São Gabriel da Cachoeira em novembro de 2012. Parentes de 12 meninas haviam denunciado a situação ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público Federal no Estado.

AMEAÇAS

As vítimas são meninas das etnias tariana, uanana, tucano e baré. Há relatos de ameaças de morte feitas por comerciantes. Três irmãs foram retiradas da cidade sob escolta da PF em janeiro e estão sob proteção do governo federal.

Conselheiros tutelares também disseram ter sido ameaçados.

Para o antropólogo Aloisio Cabalzar, do programa Rio Negro do ISA (Instituto Socioambiental), São Gabriel da Cachoeira tem hoje uma elite econômica formada por migrantes, e os índios sofrem pressão cultural.

Os presos foram indiciados pela PF sob a suspeita de corrupção de menores de idade, estupro de vulnerável e submissão de adolescentes à exploração sexual.


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