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Professores precisam de formação específica
Docentes recebem aviso eletrônico quando alunos estão em tratamento
Vantagem do modelo é permitir inserção da criança mesmo durante tratamento, que leva em média três anos
"O tratamento de uma criança com câncer leva uma média de três anos. Nesse período, mesmo que não fique internada, a criança pode estar debilitada. É muito tempo para ficar fora da escola Amália CovicFísica com doutorado em educação e coordenadora de pós-graduação em atendimento escolar hospitalar da Unifesp (Universidade Federal de SP)
A vantagem do modelo de escola móvel do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) é garantir a inserção da criança na escola mesmo no processo de cura feito no hospital.
"O tratamento de câncer em crianças leva uma média de três anos. É muito tempo para ficar fora da escola", diz Amália Covic, coordenadora de uma pós-graduação em atendimento escolar hospitalar da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Os alunos da pós, que dura dois anos, fazem residência no Graacc durante o curso com uma bolsa paga pela Petrobras, que apoia o projeto. Hoje, 50% do orçamento vem de empresas e de doações de pessoas físicas. A outra metade é do SUS (Sistema Único de Saúde).
De acordo com Covic, os professores que atuam no hospital precisam de uma formação específica porque o trabalho é bem diferente do que seria encontrado em uma sala de aula regular.
No hospital, o professor prepara a aula, ministra e tem de perceber a hora de parar. "O professor não tem sinal indicando que a aula acabou. O sinal é o limite do aluno."
São os professores também que procuram os alunos pelas alas do hospital -- eles recebem uma notificação eletrônica quando o paciente entra em algum procedimento.
Quase todos os 270 pacientes da instituição estudam. O projeto já atendeu mais de mil alunos desde que começou, em 2000.