Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Maria Saptchenko (1925-2013)

Ucraniana que escapou da guerra

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Maria Saptchenko nem pôde se despedir dos pais. Aos 16 anos, foi tirada de sua escola, na Ucrânia, e levada para uma mina de carvão. Era na época da Segunda Guerra.

No fim, só não trabalhou na mina porque gostaram dela. Mas foi forçada a ajudar na cozinha. Até que, um dia, reencontrou um primo, também prisioneiro, e com ele conseguiu fugir. Juntou-se aos pais num abrigo, e lá conheceu Leonid, com quem iria se casar.

Em 1947, a família tomou o primeiro navio para o Brasil. Como não conheciam nada sobre o país, ao avistarem fogueiras de São João no litoral, acharam que eram índios.

Num primeiro momento, os pais foram cortar cana em São Paulo. Leonid, que era engenheiro, e que havia trabalhado num fábrica soviética de armamentos, consertou rádios e deu aulas de desenho técnico. Depois, foi trabalhar nas indústrias Matarazzo.

Maria teve o primeiro filho logo após chegar ao Brasil. Quando ela e o marido finalmente se casaram no civil, o filho serviu como testemunha.

Fez cestos de vime e comprou roupas para o pai vender na feira. Com o tempo, o casal conseguiu melhorar de vida. O marido passou pela fábrica de brinquedos Estrela e projetou indústrias na Bahia e em Alagoas. Há 16 anos, os dois foram viver no Guarujá.

Em 1991, viajaram à Ucrânia para Leonid visitar o irmão que não via desde a guerra.

Segundo a filha, Valentina, Maria estava sempre de bom humor e disposta a ajudar.

Descobrira um câncer. Viúva desde 1999, morreu na quinta (27), aos 87, devido à doença e a uma insuficiência respiratória. Teve dois filhos, quatro netos e uma bisneta.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página