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Rio e São Paulo voltam a ter protestos violentos, com confronto e vandalismo

Apoio a professores cariocas tem intervenção de 'black blocs' e um dos atos com mais violência desde junho

Consulado americano e Câmara são alvo de bombas no Rio; SP teve carro da polícia virado e lojas depredadas

DO RIO DE SÃO PAULO

Em um dos mais violentos protestos desde junho, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram ontem à noite confrontos de manifestantes com a polícia e cenas de vandalismo como depredação de bancos e lojas e incêndio a ônibus.

Os atos tiveram a mesma motivação: apoio aos professores municipais do Rio contra a proposta de plano de cargos e salários da prefeitura. Os paulistas organizaram a marcha em solidariedade aos docentes cariocas.

Nas duas capitais, as manifestações seguiram roteiro parecido, com atos pacíficos dando lugar ao vandalismo à noite, a partir da intervenção de mascarados adeptos da tática de protesto "black bloc".

Na capital paulista, um carro da Polícia Civil foi virado de ponta-cabeça. Além da depredação de dezenas de orelhões e oito agências bancárias, um McDonald's foi invadido e um Habbib's foi atingido por uma bomba caseira --nos dois casos, na avenida Ipiranga. A estação República do Metrô teve que fechar.

No centro do Rio, manifestantes mascarados lançaram pedras, bombas caseiras e coquetéis molotov para destruir ônibus, bancos, restaurantes e as sedes do Clube Militar, da Câmara Municipal e do consulado americano.

Em São Paulo, dois grupos, que se reuniram na avenida Paulista e no Theatro Municipal, se encontraram na praça da República, em frente à Secretaria da Educação, totalizando cerca de 300 pessoas.

Além de "black blocs", havia alunos da USP (que protestam por maior participação na eleição do reitor) e integrantes da central sindical Conlutas.

A confusão começou depois de três morteiros serem lançados contra policiais que protegiam a entrada da secretaria. A PM revidou, jogando bombas de gás lacrimogêneo.

Com martelos, pedras e chutes, manifestantes quebraram vidraças de bancos, lojas e lanchonetes, levando ao fechamento de portas por parte dos comerciantes.

Houve ao menos oito detidos por depredação e incitação à violência. Segundo a PM, sete pessoas tinham sido atendidas por ferimentos nos confrontos (quatro eram PMs).

'VAI VIRAR ESTATÍSTICA'

No Rio, a manifestação de apoio à greve dos professores das redes de ensino estadual e municipal terminou em destruição na av. Rio Branco, a mais tradicional do centro.

Mascarados acenderam fogueiras na pista com móveis de uma agência do Santander e mesas de um restaurante.

O motorista Henrique Santos, Souza, 33, foi abordado ao tentar cruzar a Rio Branco com um ônibus. "Desce. Já era! Esse vai virar estatística", disse um mascarado, relatou Souza à Folha. O veículo foi empurrado até se chocar com um poste. Depois, foi incendiado.

A sede do grupo EBX, de Eike Batista, teve as vidraças destruídas no protesto.

No total, ao menos 14 manifestantes foram detidos.

No protesto dos educadores na semana passada, a violência da PM foi questionada.

Ontem, a Tropa de Choque hesitou em agir no início da confusão. Os policiais militares só reagiram quando a destruição estava consumada.

Segundo a PM, a mobilização dos professores reuniu 10 mil pessoas. O sindicato da categoria falava em 50 mil.

Quando a confusão teve início, a maioria dos professores deixou a região às pressas. Em greve há cerca de 50 dias, eles reivindicam aumento salarial e um plano de cargos e salários unificado.


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