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Opinião

Fechamento do Massimo é morte anunciada

Inaugurado em 1978, restaurante da família Ferrari já não era mais o símbolo paulistano de gastronomia e poder

JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA

O fechamento do restaurante Massimo deu fim a um período de morte anunciada, que já se imaginava que viria em breve, ainda que em data incerta.

A casa já vinha se arrastando havia anos para o interior de um limbo que deixava longe o período em que brilhou como uma das melhores (e com a frequência mais influente) da cidade.

Sua história começou antes mesmo de sua inauguração em 1978 ""pois quando Massimo Ferrari abriu suas portas já trazia uma tradição na restauração paulistana que remontava aos anos 1950, quando seus pais tocavam a churrascaria Cabana no centro da cidade.

O Massimo nasceu como um restaurante enorme e caríssimo, mas que tinha algo em comum com simples cantinas ou pequenos bistrôs: gravitava em torno do carisma de seu proprietário, que do interior de seus suspensórios brindava a clientela com seu sorriso escancarado e imutável como uma máscara veneziana.

Clientela esta composta de políticos e empresários endinheirados e poderosos, que se refestelavam nas mesas espaçosas, circulavam no ambiente de gosto duvidoso e comiam pratos italianos que poderiam ser o então novidadeiro carpaccio, o espaguete com frutos do mar, as costeletas de cabrito ou a memorável torta de pera.

Mas depois da morte da mãe de Massimo, ele e o irmão, sócios no restaurante mas desafetos, entraram em aberto conflito.

Em 2006, Massimo se retirou do restaurante (hoje toca a rotisserie Felice e Maria), que ficou sob a condução de Venanzio Ferrari.

Sem seu cativante timoneiro, o grande transatlântico perdeu a propulsão.

Já mesmo antes disso nem sempre estava cheio, mas a clientela que se manteve fiel continuava pagando caro, o que devia contribuir para equilibrar as finanças. O que, com a progressiva debandada dos últimos anos, deve ter ficado mais difícil.

O que se diz é que o fechamento ocorreu por problemas com o proprietário do imóvel. Pode ser. De toda forma, o fim não surpreendeu: há muito ele já não era mais o símbolo de gastronomia e poder que foi no passado glorioso.


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