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Água Branca vai ganhar 'bairro' com 45 mil moradores

Câmara Municipal aprova mais uma operação urbana, que libera 1,8 milhão de metros quadrados ao mercado

Modificada na Casa, lei destoa do discurso da prefeitura de criar uma cidade mais densa e menos verticalizada

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

Num prazo que deve levar ainda mais de uma década, a Água Branca (zona oeste) vai ganhar por volta de 15 mil unidades habitacionais, o que deve representar uma população extra de 45 mil pessoas.

Esse contingente vai se somar aos 15 mil paulistanos que, segundo estimativas, já moram na região.

As leis específicas para a região da Lapa até o Brás, aprovadas ontem em votação final na Câmara por 49 votos contra 2, vai liberar para o mercado imobiliário 1,8 milhão de metros quadrados, só de moradia residencial.

Isso deverá render aos cofres públicos, por meio dos instrumentos urbanísticos previstos na lei, R$ 3,1 bilhões em certificados que serão leiloados ao mercado imobiliário.

Mas esse novo bairro destoa um pouco do discurso da gestão Fernando Haddad (PT), que pretende ver, no futuro, uma cidade adensada, mas menos verticalizada, principalmente perto dos eixos de transportes públicos.

A nova legislação liberou a altura dos prédios para 80 metros no miolo dos quarteirões da Água Branca. Isso vai permitir a construção de espigões com até 27 andares.

A lei que chegou à Câmara, enviada pela prefeitura, era mais restritiva. Permitia, no máximo, 12 andares.

Outra distorção em relação ao discurso do Executivo é a limitação para o uso do carro. Em toda a região da nova operação urbana, ela ficou mais frouxa. O limite é de três garagens por apartamento.

Em parte da região --inclusive no trecho entre a avenida Marques de São Vicente e a ferrovia, muito cobiçado pelas construtoras--, os prédios poderão ter dois subsolos, em vez de um, como previa o original.

Desse novo bairro, bem menos adensado do que qualquer grande capital europeia, 5.000 unidades residenciais deverão ter interesse social.

Há também obras a serm feitas com o dinheiro arrecadado do mercado imobiliário. Uma delas é a ponte que vai ligar a região a Pirituba.

O vereador Nabil Bonduki (PT), apesar de concordar que houve prejuízos urbanísticos para a cidade, afirmou ter ficado satisfeito com o resultado da votação. Para ele, toda uma região, além do perímetro da operação urbana, será beneficiada com a valorização imobiliária que vai ocorrer naquela parte da cidade.

"É um bom projeto, com avanços sociais. Mas o PT acabou se curvando ao mercado", afirmou o vereador José Police Neto (PSD).

A lei agora volta para apreciação do prefeito Haddad.


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