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Análise

Projeto na marginal pode ser comparado a uma ilha

BENÉFICA, MISTURA NÃO DEVERIA BENEFICIAR SÓ OS PRÓPRIOS USUÁRIOS

FERNANDO SERAPIÃO ESPECIAL PARA A FOLHA

Localizado sobre o antigo bota-fora do rio Pinheiros, o Parque Global se enquadra na tendência de lançamentos de grandes empreendimentos que agregam uso comercial, residencial e serviços. Promete ainda um parque e uma estação de metrô.

Se na teoria a mistura de uso é benéfica para a cidade, na prática, pela maneira em que essa mistura foi realizada, ela pode beneficiar só os próprios usuários. Por quê?

Por culpa da atual legislação e dos consumidores, cada uso ocupa uma porção isolada do empreendimento.

Pontos centrais desta constatação é o shopping, que não valoriza a rua como eixo comercial, e as torres residenciais, ilhadas.

Um fato preocupante que as pesquisas de mercado apontam: se o consumidor de apartamentos pequenos, para solteiros ou casais, deseja a franca mistura de uso, com térreo ocupado por comércio e serviços e que valorize o convívio social na rua, o consumidor de unidades maiores, destinadas a famílias, percebem esse mix de forma negativa, preferindo o isolamento em ilhas com "lazer completo".

Deduzo um paradoxo óbvio: em resposta à insegurança, famílias estão construindo para seus filhos uma cidade mais agressiva e desumana.

Por outro lado, se o projeto em questão fosse aprovado levando em conta as ideias do Plano Diretor atualmente em discussão, ele seria melhor.

Isso porque a municipalidade está propondo incentivar o uso público da rua como local de convívio, não contabilizando espaços comerciais no térreo dos edifícios, inclusive residenciais.

Outro agravante do empreendimento é sua localização. Distante da malha urbana e à beira de uma via expressa, ele pode ser comparado a uma ilha.

O ponto central é: como conectá-lo à cidade? Se ninguém imagina que chegará andando até lá, a ponte entre o empreendimento e a cidade será um sem-número de carros.

Se a estação de metrô é o dado positivo da conversa, outras contrapartidas exigidas pela municipalidade, como a ajuda financeira à construção de mais uma ponte sobre o rio, irão ajudar a secar gelo.


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