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Obra de Aleijadinho é encontrada em Minas após 37 anos

Estátua da Samaritana, esculpida em pedra sabão no final do século 18, foi recuperada em Belo Horizonte

Peça faz parte do conjunto arquitetônico de Ouro Preto (MG) e integrava chafariz do museu Casa Guignard

PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE

Desaparecida há 37 anos, a estátua da Samaritana, esculpida em pedra sabão no final do século 18 por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi recuperada anteontem em Belo Horizonte (MG).

A apreensão da peça de 1 metro e 5 cm de altura ocorreu em uma residência localizada na região da Pampulha, depois que a Justiça federal deferiu um pedido de liminar dos Ministérios Públicos Federal e de Minas Gerais.

A peça esculpida por Aleijadinho (1737-1814) faz parte do conjunto arquitetônico de Ouro Preto (MG) e integrava um chafariz instalado nos fundos do casarão onde hoje funciona o museu Casa Guignard.

Segundo a Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, a escultura teria sido retirada do local sem autorização do governo na década de 1950 e levada para outro imóvel em Ouro Preto.

Em 1976, foi vendida para o empresário e colecionador Arthur Vale Mendes por uma mulher identificada como "senhora Lili", segundo as investigações. O nome da pessoa com quem estava a escultura não foi informado.

Em 2010, devido a outra ação do Ministério Público, herdeiros do espólio de Mendes tiveram de devolver ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) 28 peças sacras

Segundo investigações, elas pertenceram a instituições religiosas. Entre elas, estavam esculturas de Aleijadinho e um quadro de Athaíde.

Somente agora se descobriu que a Samaritana fora vendida para Mendes. Segundo a decisão da Justiça, a "senhora Lili" chegou a oferecer a peça para o Iphan e o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico), mas ela acabou vendendo a estátua para Mendes.

A decião afirma que a "[senhora Lili] vendeu a escultura ao sr. Arthur Mendes, sem que houvesse autorização do Iphan para retirada da obra da cidade de Ouro Preto [...]sendo imperioso o retorno da escultura aos [seus] cidadãos"

A guarda da peça ficará a cargo do Iphan, que deverá conservá-la e expô-la publicamente, "preferencialmente na cidade de Ouro Preto, até o trânsito em julgado da ação", determinou a Justiça.

A reportagem não conseguiu localizar herdeiros de Mendes. Para Mário Ribeiro Neto, artista plástico e pesquisador de obras de arte, o valor estimado da obra ultrapassa R$ 1 milhão.


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