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Foco

Crianças vizinhas de Cumbica voam pela 1ª vez para comemorar seu dia

VANESSA CORREA DE SÃO PAULO

Adeílton da Silva, 13, nunca tinha voado, mas era íntimo da rotina do aeroporto de Guarulhos. Entre o movimento de passageiros, oferecia seu "shoe shine" (serviço de engraxate) e sonhava tomar um daquele aviões.

No sábado, junto com colegas do bairro de chão batido das Malvinas, nos arredores de Cumbica, decolou finalmente. Adeílton não chegou a lugar nenhum, para o bem da verdade, mas sobrevoou o Rio e até viu o Corcovado.

Foi escolhido, junto com outros 279 pequenos atendidos por institutos e ONGs, para participar de um voo em comemoração ao Dia das Crianças promovido por uma companhia aérea britânica.

Ele não conseguiu a janela, que ficou com o amigo Deividy, 12. Disse que não estava com medo de voar e desconversou contando que chegou a tirar mais de R$ 200 em um só dia de graxa. Mas aí o piloto liga as turbinas. Adeílton abre os olhões e se apressa: tia, dá muito medo?

Deividy não dá um pio. Segura firme os braços do assento, para qualquer eventualidade. O avião sai do chão e as crianças gritam como se fosse uma montanha russa.

A pequena Kennya Joyce da Silva, 11, amiga dos dois, sai de seu assento desprivilegiado do centro do avião e corre pra janela.

Debochada, diz: "meu Deus, estamos no céu!", e corre para pegar os brindes que os comissários distribuíam vestidos de Branca de Neve, caubói, mago. "What is your name?", pergunta um aeromoço ao pequeno João Paulo, que não se faz de rogado e manda um "John Paul".

Passado o frenesi inicial, começam os enjoos. Na segunda metade do voo, de duas horas, boa parte das crianças está quietinha na cadeira, contando os minutos para voltar ao chão.


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