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Nelson Simão (1916-2013)

O professor, a marcenaria e as Odettes

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Nelson Simão adorava fazer presentinhos --e presentões-- de madeira. Todo familiar tem um banquinho, um porta-talheres ou outra engenhoca criada por ele, cada uma devidamente assinada e com mês e ano de fabricação.

Também deixou suas obras de marcenaria, principalmente mesas, no Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, onde fazia exercícios de reabilitação por causa de problemas de coração. Tornou-se muito conhecido e querido entre pacientes e funcionários.

Todos os anos, fazia uma festa de aniversário em casa e outra no hospital. No dia seguinte aos festejos, já começava a planejar o que faria na próxima comemoração.

Filho de imigrantes sírio-libaneses, casou-se em 1939 com Odette, que conhecera em um Carnaval anos antes. Como ela costumava contar, foi amor a primeira vista. Nelson vestia terno e usava uma fita preta no braço, em luto pelo pai, que havia morrido.

Depois de ficar viúvo, em 1992, conheceu outra Odette, também paciente do Dante e que lhe acompanhou até 2011, quando ela morreu.

Viviam uma "relação moderna": cada um em seu apartamento. Passavam juntos sábados e domingos alternados, pois havia os tradicionais almoços nas filhas.

Professor aposentado, deu aulas na extinta Força Pública do Estado de São Paulo e no Corpo de Bombeiros. Também trabalhou na tipografia da família. Mais tarde, abriu a sua própria gráfica.

Lúcido até o fim da vida, não se conformava com o desgaste físico do corpo. Morreu no dia 4, de falência múltipla de órgãos, aos 97. Deixa três filhos, oito netos e 12 bisnetos.


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