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Com Haddad, Dilma investe 3.000% a mais na saúde de SP
Aumento de recursos destinados a obras e reformas ocorrerá em ano eleitoral
Ministro da área deverá ser o candidato do PT ao governo de São Paulo; verba será usada em 119 obras na capital
Em 2014, ano em que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deverá concorrer ao governo de São Paulo pelo PT, a capital paulista, também gerida por um petista, deverá se tornar um canteiro de obras na área da saúde, com auxílio de verba do governo federal.
Os repasses da União para a construção e reformas de unidades na gestão Fernando Haddad deverão aumentar 3.162%, quando comparados com a verba de investimento disponibilizada pelo governo federal neste ano.
De acordo com a previsão de Orçamento para 2014, enviada pelo prefeito à Câmara Municipal, esses recursos subirão para R$ 685 milhões, ante os R$ 21 milhões que devem ser enviados até o final de 2013.
O Orçamento deve ser votado nas próximas semanas.
Com a injeção de recursos, Haddad quer fazer 119 obras nesse setor no próximo ano.
Entre elas, começará a construir 66 novas unidades, além das 45 que planeja inaugurar até o final de 2014. A proposta prevê ainda completar a reforma de oito hospitais.
O plano, no entanto, ainda não inclui a verba prevista para tirar do papel os três novos hospitais prometidos em sua campanha eleitoral.
A previsão é que o processo de construção deles comece já em 2014. Prefeitura e União ainda negociam a participação federal nas obras.
PROJETOS FEDERAIS
O número de construções e reformas previstas para 2014 é bem maior do que as feitas em 2013, primeiro ano da gestão Haddad -- foram ou serão entregues 11 unidades, e reformadas outras 23.
Em 2014, a verba de investimento servirá para a construção de unidades da Rede Hora Certa, principal proposta eleitoral de Haddad na área.
Haverá ainda investimento em projetos que são a marca do governo federal, como os Caps (centros de atendimento psiquiátrico) e as UBSs (unidades básicas de saúde).
Estão planejadas ainda a construção de 20 UPAs --unidades que funcionam como pequenos prontos-socorros.
Segundo a prefeitura, o aumento das verbas federais acontece porque ela se cadastrou em mais programas de saúde financiados pela União.
O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), por exemplo, preferiu investir em AMAs, unidades parecidas com as UPAs e que se tornaram a principal marca de sua gestão na área.
Como optou por um projeto que não é financiado pelo governo federal, recebeu menos verba ao longo da gestão.
MAIS VERBAS
Além das verbas para obras em unidades de saúde, o governo federal também repassa ao município dinheiro para a manutenção do sistema, como, por exemplo, o pagamento de equipes do Programa de Saúde da Família.
As transferências totais da União para saúde de São Paulo --considerando os investimentos mais a verba para manter o sistema em funcionamento --também crescerá.
Na proposta de Orçamento de 2013 --enviada em 2012 pelo então prefeito Gilberto Kassab (PSD) para a Câmara-- a previsão era de um repasse de R$ 1,96 bilhão para a saúde municipal. Neste ano, depois que Haddad assumiu o cargo, o valor foi atualizado e deve fechar em R$ 2,1 bilhões.
Na proposta orçamentária enviada por Haddad para 2014, a previsão é que a verba da União para saúde atinja R$ 3 bilhões --43% a mais.
Verbas federais também serão usadas em outras áreas, como a construção de corredores de ônibus. Transporte público foi o principal tema dos protestos de junho. Já a área da saúde é a mais mal avaliada pelos paulistanos.