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Sem-teto põem fogo em galpões e tentam invadir a prefeitura

Cidade é alvo de dois protestos de diferentes grupos de moradia, com bloqueio de trens e vias e confronto com PM

Movimento já havia tentado entrar na Câmara; eles cobram casas e fim de despejo em terrenos públicos

DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dois protestos de diferentes movimentos de moradia de São Paulo resultaram ontem em tentativa de invasão à prefeitura, bloqueio de vias e de estações de trem, incêndio de galpões e em um confronto com a Polícia Militar.

As manifestações que começaram pela manhã e se estenderam até a noite ocorreram dois dias depois de sem-teto também terem tentado entrar na Câmara e em meio ao crescimento de invasões na capital.

O primeiro ato ontem contou com cerca de 300 militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).

O grupo formado por moradores das áreas invadidas Faixa de Gaza, de Paraisópolis, e Dona Deda, do Parque Ipê, ambas na zona sul, já havia tentado a invasão do prédio do Legislativo municipal.

O objetivo deles é pressionar a prefeitura pela ampliação das Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social), uma reserva de espaço para construir moradias populares. Também reclamam das ações de despejo em áreas públicas.

O protesto que começou na praça Ramos de Azevedo levou ao bloqueio do viaduto do Chá, no centro, onde tentaram invadir a prefeitura.

Em nota, a gestão Fernando Haddad (PT) disse que manifestantes usaram alicate hidráulico, estilingues, bolas de gude, paus e pedras no ataque ao prédio. Ao menos seis vidros foram quebrados.

Durante a ação, três guardas civis metropolitanos ficaram feridos. Segundo Guilherme Boulos, da coordenação do MTST, a tentativa de invasão foi um "ato isolado", "um momento em que a coisa saiu do controle".

Boulos diz que as famílias são despejadas irregularmente, sem reintegração de posse pedida à Justiça. A secretaria de Habitação nega.

A vice-prefeita Nádia Campeão (PC do B), que substitui Haddad (que está em viagem particular na Europa), lamentou o vandalismo. "Não podemos aceitar esses métodos como reivindicação", disse.

Para ela, não havia razão para recebê-los porque eles já tinham sido recebidos por um representante da prefeitura na última terça-feira.

BARRICADAS

Outro ato envolveu moradores de áreas invadidas da CDHU --companhia de habitação sob comando da gestão Geraldo Alckmin (PSDB)-- que protestavam contra a reintegração de posse das moradias decidida pela Justiça. Iniciado às 16h30, durou mais de seis horas e levou um cenário de guerra à zona leste.

Cerca de 300 pessoas montaram barricadas de fogo na av. Doutor Assis Ribeiro (zona leste) e incendiaram três galpões da CDHU. O grupo invadiu por três horas os trilhos da linha 12-safira da CPTM, que teve a circulação de trens interrompida em sete estações --do Brás ao Itaim Paulista.

Recebida a pedradas, a PM usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os manifestantes. A Tropa de Choque foi acionada.

Segundo a CDHU, entre 6 e 7 de outubro houve a invasão de 15 áreas destinadas à implantação de praças, ruas e escolas. "É lamentável que tenham destruído equipamento público", disse ontem o presidente da companhia, Antonio Carlos Amaral.

"Tem gente que espera há seis anos a construção de moradia", afirmou a auxiliar de limpeza, Isabela Aparecida de Oliveira, 22, moradora de uma das áreas que serão alvo da reintegração de posse.


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