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Polícia acusa ativistas que levaram beagles de furto

Grupo diz que bichos sofriam maus-tratos; para empresa, ação é 'terrorismo'

Policiais fazem buscas para tentar recuperar cães; pesquisas, que são liberadas, verificam reações a remédios

DE SÃO PAULO

Um grupo de ativistas invadiu um laboratório na madrugada de ontem e retirou 178 cães da raça beagle e coelhos usados como cobaias.

Os cerca de cem manifestantes acusam o Instituto Royal, localizado em São Roque (a 59 km de São Paulo), de maus-tratos. O laboratório nega e classificou a atitude deles como "terrorismo".

As pesquisas do Royal são encomendadas, em geral, para empresas farmacêuticas.

Os cães são usados para verificar a existência de reações adversas (como vômito, diarreia e convulsões) de medicamentos que serão lançados.

Os ativistas se organizaram pela internet e começaram a protestar na porta do local por volta de 16h de anteontem. No fim da noite, registram um boletim de ocorrência em que alegavam que os beagles sofriam maus-tratos.

Às 2h, eles pularam um muro, cortaram uma cerca e retiraram os cães, que foram levados para clínicas veterinárias e casas de ativistas.

A polícia registrou o caso como furto e fez buscas para tentar recuperar os animais. Até a conclusão desta edição, nenhum cão havia sido recuperado. Ninguém foi preso.

Para a Promotoria, a invasão prejudicou uma investigação que estava em curso.

"O barulho de animais chorando ali era muito grande. Não queríamos invadir, mas conter 150 pessoas movidas pela emoção não é fácil", disse Luiz Scalea, 45, da Associação de Proteção ao Animais São Francisco de Assis.

Segundo a ativista Giuliana Stefanini, 40, seis dos cães tinham tumores e estavam mutilados. "O que mais chocou foi um beagle sem os olhos", afirmou ela, que saiu com seis fêmeas e pretendia colocá-las para adoção.

"Fui chamada para ajudar. Quando vi os animais decidi que eu também precisava levar os cachorros para casa."

No laboratório, os manifestantes também afirmam ter encontrado um cachorro congelado em nitrogênio líquido.

Assustados com a entrada dos ativistas, os cães defecaram e urinaram em todo o canil, de acordo com Silvia Ortiz, diretora do Royal.

A invasão era prometida desde agosto do ano passado. Na ocasião, a Folha esteve no local para verificar as condições dos animais. Após esperar por quase uma hora, foi autorizada a entrar e mostrada a 66 animais, mantidos no canil que estava limpo e climatizado no momento.

Os manifestantes dizem que tentaram uma reunião com o instituto, que desmarcou em cima da hora.

O uso de cães em pesquisas é permitido e regulado por normas internacionais. Alguns cães acabam sacrificados ainda filhotes, para que se possa avaliar os efeitos dos remédios. Quando isso não é necessário, eles são colocados para adoção, diz o Royal.


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