Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Antonio de Pádua Gouveia (1923-2013)

Do pé à bebida, gostava de café

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Antonio Gouveia tinha uma relação quase mística com o café. Tudo relacionado ao pequeno grão era sagrado para ele, fossem os pés que plantava em suas terras, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), fosse a bebida quentinha que adorava desfrutar.

Nascido numa família de cafeicultores paulistas, viu os pais perderem tudo com a crise financeira de 1929. Após trabalhar em outras atividades, como bancário, voltou para o café na década de 50, graças ao seu tino comercial.

Apaixonado por arar a terra, era exemplar no cultivo de suas lavouras. Investia sem limites tudo o que ganhava com a plantação. Não se deixava abater quando tinha prejuízos por causa de pragas, geadas ou da baixa cotação do produto no mercado.

Enfrentava os riscos sem titubear e, assim, embrenhou-se no plantio da soja, sendo um dos pioneiros dessa cultura no Vale do Paranapanema.

Só deixou a terra depois de se aposentar, há pouco mais de dez anos, porque não tinha quem continuasse o seu trabalho --nunca exigiu que seus filhos tomassem conta dos negócios, pois não queria ser considerado um "dinasta". Vendeu tudo e mudou-se para São Paulo.

Dono de um senso de humor peculiar, era extremamente irônico. E o bigode foi a marca registrada do austero perfil do "senhor Gouveia".

Morreu na quinta-feira (17), aos 89 anos, de falência múltipla de órgãos. Deixa a viúva, Margarida, que esteve ao seu lado por 65 anos e que ele dizia ser "o evento mais importante de sua vida", quatro filhos --um quinto já é falecido--, 11 netos e dois bisnetos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página