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Raymond Clement Levy (1927-2013)

O egípcio, a francesa e o diamante

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

O egípcio Raymond Levy chegou ao Brasil praticamente sem nada, exceto pelo diamante da mulher, Lisette, que carregava dentro de si, literalmente. Para conseguir trazer a joia, engoliu-a enrolada em um chiclete.

Por causa da Guerra de Suez, o casal teve de deixar o Egito às pressas, em 1956. Francesa, Lisette não podia mais ficar no país, pois sua pátria, ao lado de Israel e Reino Unido, era adversária dos egípcios no combate.

O marido decidiu acompanhá-la, mas não queria se mudar para Paris. Escolheu então o Brasil, onde vivia um primo.

Os primeiros anos aqui não foram nada fáceis. Sem saber uma única palavra de português, Raymond demorou para conseguir emprego. Com a ajuda de uma entidade israelita, arrumou trabalho numa confecção. Mais tarde, abriu a sua própria.

Foi comerciante a vida toda. Nas horas de folga, pintava quadros ou pescava em alto-mar. Amante da natureza, gostava de descansar em seu sítio, em Bofete (SP).

Tinha ótima memória para assuntos ligados à história e à geografia. Adorava contar sobre os anos em que viveu no Egito e ficava imensamente feliz ao encontrar alguém que também falava árabe. Apesar de sentir saudades, nunca pensou em voltar definitivamente para sua terra natal.

Muito gentil, se dava bem com todos. Estava sempre sorridente, mesmo durante o tempo em que esteve doente.

Morreu na quarta (16), de complicações decorrentes de uma cirurgia para tirar o estômago. Tinha 86 anos. Deixa a viúva, os dois filhos, Jac-ques e Alain, e os três netos, Sophie, Stephanie e Ariel.


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