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Enterramento elevaria tarifa em até 10%

Estimativa foi feita para o centro expandido de São Paulo; medida custaria R$ 15 bi e levaria cerca de dez anos

Projeção de custo foi considerada exagerada por engenheiros; valor ficaria estável por 30 anos, segundo estudo

DE SÃO PAULO

Os planos para conversão da rede aérea de fios para a subterrânea terminam em um nó: o custo da operação.

"Quanto mais densa a cidade, mais cara é a intervenção", explica Gustavo Pimenta, vice-presidente financeiro da AES Eletropaulo.

Segundo cálculos da empresa, enterrar' a fiação do centro expandido de São Paulo custaria cerca de R$ 15 bilhões, ou R$ 5,8 milhões por quilômetro quadrado.

O processo levaria cerca de dez anos, e só seria possível com impacto no valor da tarifa de energia elétrica.

Em um dos modelos de financiamento apontados pelo estudo feito pela consultoria McKinsey, 80% dos custos seriam financiados por meio de isenção fiscal sobre serviços relacionados ao enterramento (ISS) e aos equipamentos (ICMS), além de parceria com governo federal e com as demais empresas que utilizam a rede aérea.

A projeção foi feita em parceria com a Fundação Getulio Vargas e a Escola Politécnica da USP.

Os 20% restantes seriam repassados ao consumidor na tarifa, que sofreria um aumento de 5% a 10%.

O aumento seria gradual, à medida em que as obras forem realizadas.

Tal incremento na tarifa se estenderia por cerca de 30 anos, período de amortização dos investimentos realizados.

De acordo com os cálculos, uma conta de luz de R$ 100 aumentaria gradual e progressivamente até atingir o patamar de R$ 110, no qual permaneceria durante mais ou menos três décadas.

"A grande maioria dos países justifica a conversão pelo impacto visual nas cidades, logo no turismo, além da valorização de imóveis. É difícil encontrar uma justificativa financeira para essas obras. Não existe mágica", afirma Pimenta.

"Mas temos consciência de que o enterramento de fios é uma demanda crescente da sociedade."

NÚMEROS

A estimativa dos custos das obras de conversão foram consideradas exageradas por engenheiros presentes em audiência pública sobre o tema convocada pelo Ministério Público Federal.

A AES Eletropaulo afirma que os custos de instalação da rede subterrânea são de 10 a 16 vezes mais altos que os da rede aérea.

Porém, relatório de 2012 do Edison Electric Institute, que reúne as empresas norte-americanas de fornecimento de energia estima os custos da rede subterrânea como de 3 a 10 vezes mais altos.

Além disso, o relatório americano afirma que a fiação enterrada é 13 vezes mais segura que a aérea.

"Acho difícil aplicar no Brasil os custos dessa operação em outros lugares do mundo", avalia Pimenta.

"O subsolo de São Paulo é desconhecido e tem trazido mais surpresas negativas do que positivas. Ainda assim, existe espaço para a redução dos custos da operação no país."


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