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Análise
Os motoristas da 23 de Maio seriam mais indisciplinados?
SERGIO EJZENBERG ESPECIAL PARA A FOLHAAs multas por invasão da faixa de ônibus da av. 23 de Maio suplantam várias vezes as da av. Paulista.
Sendo os motoristas que trafegam por ambas as avenidas basicamente os mesmos, é preciso analisar as inadequações existentes.
Diferentemente da Paulista, uma via arterial com semáforos, congestionada, com faixa de ônibus igualmente travada, a 23 de Maio é uma via expressa. Normalmente congestionada para os automóveis, sair dela é uma situação perigosa e desconfortável para o motorista.
Ao tenta acessar a via expressa, muitas vezes parada, ele vira alvo dos ônibus na faixa exclusiva que param a milímetros dos carros. A saída é seguir pela faixa, empurrado pelos ônibus, para encontrar um espaço mais adiante, e uma multa.
Para sair da avenida o problema é igual ou pior. O motorista avança pela sua faixa contígua, dando seta para a direita, porém a pintura só fica tracejada a poucos metros da saída. Se esperar para sair onde a sinalização permite, o motorista corre o risco de ter que ficar parado no meio da via expressa, aguardando a passagem dos ônibus que vão pela sua direita. Se o motorista sair antes, como manda a oportunidade do tráfego e a segurança, será autuado.
A situação é potencialmente perigosa, e está na raiz dessa enxurrada de multas. Precisa melhorar, e os agentes de trânsito precisam considerar a situação de risco e as condições de tráfego antes de multar os motoristas que estão tentado viver e trabalhar.
Se serve de consolo, tudo será por pouco tempo. Essa faixa exclusiva de ônibus do lado direito, intrinsecamente perigosa pelos motivos apontados, será substituída em dois anos por um corredor expresso de ônibus no canteiro central. Não será implantado com a mesma rapidez da midiática pintura da faixa exclusiva.
