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Fogo destrói academia e atinge prédios no centro

Mais de 400 pessoas tiveram de deixar apartamentos; 7 foram hospitalizadas

Prefeitura afirma que imóvel não tinha alvará; academia diz que responsabilidade é do proprietário

MARTHA ALVES RICARDO BUNDUKY DE SÃO PAULO

Um incêndio de grandes proporções destruiu uma academia, se alastrou por um prédio comercial e outro residencial e fez mais de 400 moradores desocuparem seus apartamentos, na madrugada de ontem, no centro de São Paulo.

As chamas, que começaram no térreo, chegaram ao oitavo andar dos dois prédios.

Com intoxicação por fumaça, mais de cem pessoas foram atendidas no local. Trinta tiveram de ser levadas a hospitais: sete foram internadas, entre elas um idoso com queimaduras de 2º grau --quatro tiveram alta ontem.

O fogo começou por volta da 1h na Smart Fit, inaugurada há uma semana no térreo do edifício comercial de 18 andares na av. Ipiranga com a rua do Boticário, ao lado do outro prédio, de 25 andares. Ambos foram interditados.

A academia está irregular, segundo a prefeitura, pois não tem alvará. A Smart Fit diz seguir todas as normas.

O vento levou a fumaça para outros prédios e derrubou fagulhas na rua. O calor partiu vidros de janelas vizinhas.

Ao ver o fogo, o zelador Rene Teodose, 37, que mora ao lado, passou a gritar da sacada alertando quem estava nos apartamentos. "Fiquei rouco."

Assustado, um homem de origem oriental tentou se jogar do 4º andar do prédio residencial, mas acabou cedendo aos apelos de quem estava na rua.

Ele, a mulher e um filho foram resgatados pelos bombeiros por uma escada Magirus.

As chamas foram controladas duas horas depois por 48 equipes do Corpo de Bombeiros, totalizando 150 homens.

Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil, contou muitos estrangeiros --chineses, bolivianos e peruanos-- viviam no local e não entendiam as ordens dos bombeiros para deixar os apartamentos.

Com medo de roubo, alguns se recusaram a abrir as portas, o que obrigou os bombeiros a arrombá-las.

Em meio ao corre-corre, Lindanora de Lima e Silva, 60, pedia desesperadamente aos bombeiros que resgatassem seus três cachorros e uma tartaruga. Pouco depois, recebeu os cães. "É uma alegria. A tartaruga ficou, mas me disseram que tem mais resistência."

DOCUMENTAÇÃO

Em nota, a Smart Fit afirmou que a emissão do alvará "está a cargo do proprietário do imóvel", dono também do edifício comercial. "Cumprindo exigências do Corpo de Bombeiros, as instalações recém-inauguradas estavam devidamente equipadas com sistema de incêndio, incluindo alarmes, hidrantes, iluminação e extintores", disse.

A empresa afirmou que o incêndio começou "provavelmente em um andar superior".

A prefeitura disse que foi feito em 2011 um pedido, ainda em análise, de AVS (Auto de Verificação de Segurança), um dos documentos necessários para o alvará, para o edifício comercial. O outro prédio tinha documentação em dia.

O prefeito Fernando Haddad (PT) falou sobre a falta de documentação. "Vamos apurar. Se faltou [fiscalização], o responsável vai ser punido."

O Corpo de Bombeiros disse que o prédio também não tinha o seu auto de vistoria.

A Folha não localizou os proprietários do prédio.

A causa do incêndio ainda está sendo investigada, de acordo com os bombeiros.


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