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Bebida é um catalisador social, diz estudante

Empresário diz não ver balada sem álcool

DE SÃO PAULO

Qual o papel das drogas e do álcool nas baladas? A reportagem percorreu algumas casas nas noites de quarta e quinta-feira, indagando os baladeiros a respeito.

Para Cesar Gonzalez, 22, vendedor da Chili Beans, "baladas são uma forma de fugir, então é muito da hora".

Ele afirma beber o suficiente para ficar alegre --cerca de cinco doses de tequila em uma noite ou seis a sete de vodca. "O importante é você não passar do limite."

O empresário Facundo Guerra diz que não visualiza uma balada sem álcool. "Acredito que o álcool funcione como um azeite daquela relação, a pessoa fica mais paciente, menos criteriosa."

Para o estudante Miguel Benjamin, 21, que participou do estudo da Unifesp como observador, o papel da bebida é desinibir, como se fosse uma espécie de catalisador social.

"A ideia é sair da rotina, se entreter. A balada é um ambiente onde a transgressão moral e social é aceita. Ali você bebe muito, dança loucamente, fica com várias meninas. É estranho não beber. É estranho ficar quieto. É um ambiente onde o errado vira certo em vários pontos."

BEBIDA CAMPEÃ

Para ele, a vodca é a bebida campeã por conta da mistura com energéticos. "Um é estimulante, o outro é depressor. O álcool fica associado a um gosto bom e ainda por cima você sabe que a bebida vai te deixar acordado".

Marcela Cordeiro, modelo, 21, afirma que a balada é "o momento em que você pode se libertar. Curtir, dançar, alucinar (risos)".

Sobre a alta dosagem alcoólica entre as mulheres apontada na pesquisa, ela diz: "Hoje em dia as mulheres até bebem mais que os homens, mas mesmo assim conseguem se controlar melhor. Homem é uma vergonha".

Roberta Manso, 24, nutricionista, afirma que ultimamente tem ido às baladas praticamente todas as semanas.

Sua única ressalva é com relação ao assédio. "Com mulher é complicado. Se você não se impuser e fizer cara feia, o povo vem te pegando, achando que é festa."

Facundo Guerra lembra que em alguns casos as mulheres são encorajadas a beber na medida em que muitas baladas oferecem bebidas alcoólicas de graça até um determinado horário ou cobram preços diferenciados.

Quanto ao uso de drogas nas baladas, Marcela diz: "Para ser sincera o que mais rola é droga, de todo tipo. A droga te leva ao ápice da felicidade. O problema é quando passa esse efeito. Depois do ápice, vem a depressão".

"Existe uma pressão muito forte para você se corromper. Você quer reviver essa felicidade", completa.

BEBEDOURO

Dos 31 estabelecimentos visitados, apenas dois contavam com bebedouro.

De acordo com lei regulamentada em 2010, as baladas são obrigadas a instalar, em suas dependências, bebedouro de água potável para consumo gratuito por seus frequentadores.

Consultada pela reportagem da Folha, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que os estabelecimentos que não cumprirem as determinações estão sujeitos às penalidades previstas em lei.


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