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Corrupto não se intimida, diz delatora de 'máfia'

DE SÃO PAULO

Há 15 anos, a comerciante Soraia Patrícia da Silva, 39, denunciou fiscais que cobraram dela R$ 30 mil para "garantir" o funcionamento de sua academia de ginástica.

O relato dela ao Ministério Público deflagrou uma investigação que revelou o maior escândalo de corrupção da cidade, a Máfia dos Fiscais.

Hoje diretora de uma ONG, Soraia diz que a denúncia valeu a pena, mas não intimidou os corruptos.

"Esses auditores fiscais não se intimidaram com o caso Aref [Hussain Aref Saab, diretor do setor que aprova construções em São Paulo, suspeito de enriquecimento ilícito]. E o Aref não se intimidou com a Máfia dos Fiscais", disse à Folha.

A máfia desbaratada em 1998 era formada por administradores regionais e vereadores, que comandavam um esquema de extorsão a comerciantes e camelôs para que eles continuassem trabalhando sem ser alvo de novas fiscalizações.

Para Soraia, muita coisa precisa mudar na administração pública. "Enquanto houver esse relacionamento estreito entre o funcionário público e a iniciativa privada, tudo vai continuar. O servidor tem muito poder", disse.

Ela diz que decidiu denunciar por uma "questão de valores". "Pensei: não é possível que isso [corrupção] exista", disse Soraia, que decidiu fechar sua empresa.

Ela perdeu seu negócio, mas diz que aprendeu a discutir política urbana. "Dormir tranquila não tem preço", afirma. (GBJ)


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