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Máfia do ISS

Haddad elogia petista alvo de sindicância

Prefeito afirma que Donato que sai 'se comportou de maneira irretocável' desde o 'primeiro dia de governo'

Ex-braço direito do prefeito foi ouvido e será investigado, assim como ex-secretário da gestão Gilberto Kassab

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

Alvo de uma sindicância da Prefeitura de São Paulo para apurar suspeitas de seu envolvimento com a máfia do ISS, o ex-secretario de Governo Antonio Donato foi elogiado ontem pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

"Desde o primeiro dia de governo o secretário Donato se comportou de maneira irretocável", disse Haddad.

Na véspera de anunciar a sua licença do cargo, Donato foi ouvido pela Controladoria Geral do Município sobre sua relação com Ronilson Rodrigues, apontado como o chefe do esquema. Foi Donato quem tomou a iniciativa de procurar a Controladoria.

O controlador Mario Spinelli decidiu instaurar a sindicância porque considerou as explicações de Donato insatisfatórias, segundo a Folha apurou. O ex-secretário de Finanças do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), Mauro Ricardo, também será alvo do mesmo tipo de apuração. Ele nega irregularidades e diz que os fiscais já estavam nomeados quando ele entrou.

Haddad deu uma versão mais rósea ao episódio da sindicância contra Donato, ressaltando que a Controladoria não poupa os que ocupam cargos mais altos na hierarquia: "Está todo mundo sujeito à mesma regra, não importa o cargo que ocupe. Criamos uma controladoria para valer".

Haddad frisou que foi Donato que abrigou o germe do que seria a Controladoria, quando esse órgão ainda não tinha status de secretaria.

Elogiou também o suposto papel de Donato nas apurações. "Ele deu impulso a essa investigação. Teve um papel decisivo." O prefeito chegou a afirmar que Donato ajudou a desbaratar a quadrilha.

O pedido de afastamento de Donato foi feito durante almoço na prefeitura, no qual estavam presentes o presidente do diretório nacional do PT, Rui Falcão, o presidente do diretório estadual do partido, ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza, e o vereador Paulo Fiorilo (PT).

Segundo Haddad, a presença dos líderes petistas no almoço em que Donato pediu para sair da secretaria foi obra do acaso. O prefeito afirmou que o encontro estava agendado antes da crise que levou o seu principal secretário a se afastar do cargo.

Haddad disse que os ganhos éticos dessas investigações e do trabalho da Controladoria não podem ser comparados aos riscos políticos. "A ética é um pressuposto da política e não pode ser colocada na balança política."

Há versões de que parte do PT está enfurecida com Haddad por ele ter atingido um quadro do partido como Donato. Esse grupo considerou inábil o ataque de Haddad ao Kassab, que deve apoiar a reeleição da presidente Dilma.


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