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No caos da Tamoios, falta pão e mulher vai a banheiro de homem

Sem estoque, lanchonetes fecham as portas e turistas têm de almoçar picolé ou churros na estrada

Motoristas levam 20 minutos para percorrer um único quilômetro; obras na rodovia dificultam tráfego

JULIANA COISSI ENVIADA ESPECIAL AO LITORAL NORTE

Sem pão para o sanduíche nem salgado para matar a fome, alguns turistas que tentavam chegar ontem ao litoral pela rodovia dos Tamoios tiveram de almoçar picolé.

Em uma lanchonete, mulheres "invadiram" o banheiro masculino para driblar as longas filas, enquanto famílias inteiras acabaram apelando para o acostamento.

Muitos turistas foram pegos desprevenidos. A primeira refeição do funcionário público João Amorim, 42, por exemplo, foram churros, e apenas às 16h30.

"No último lugar em que parei tinha acabado o pão e o refrigerante", disse ele, que saiu de Guarulhos, na Grande São Paulo, ao meio-dia.

Verdade. Aos gritos, a balconista de uma lanchonete avisava aos clientes, às 15h30: "Acabou o pão! Não tem mais pão para o lanche!"

O mecânico Joel Oliveira, 35, e a merendeira Karen, 31, de Limeira (SP), que estavam por perto, se disseram arrependidos da viagem.

"Tá doido, viu? Ficar sem comer? Ouvi falar que estava lento o trânsito, mas não parado", disse ele.

A salvação, para muitos, foram os ambulantes. Em duas horas, Jeová Santana da Silva, 64, vendeu 80 sorvetes. "Faz uns 20 anos que não vendo tanto picolé assim num dia só", comemorou.

Cansada de esperar na fila para usar o banheiro da lanchonete no km 13, primeira opção para descansar e abastecer o veículo, a assistente de estúdio Elaine Vince, 35, "invadiu" o masculino. "Estou com criança pequena", justificou ela.

Entre os homens, a reação era de surpresa. "A mulherada está invadindo o banheiro!", anunciavam.

CÃES

Outros tiveram menos sorte. Sem estoque, as lanchonetes fecharam as portas no fim da tarde, fazendo da lateral da pista o único banheiro disponível para famílias inteiras, incluindo o cachorro. Alguns passeavam com o animal para aliviar o estresse.

À tarde, os motoristas levavam cerca de 20 minutos para percorrer um único quilômetro na rodovia, que está sendo duplicada.

Sob forte calor, ouvia-se reclamações sobre a má sinalização em trechos com desvio e com operários na pista.

"Está meio desorganizado o fluxo, os cones. Está mal sinalizado", disse o autônomo Tiago Souza, 25, que vinha de Amparo (a 133 km de SP).

Procurada para comentar as críticas à sinalização, a Dersa não atendeu as ligações.


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