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Engenharia é a preferida de alunos na rede estadual de SP

21,9% de 270 mil estudantes do 3º ano mostraram interesse, segundo Saresp

Apesar da preferência, quase metade das matrículas no ensino superior paulista está no campo das humanas

FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

O curso de engenharia é disputado e muitas vezes exige aulas em período integral. Ainda assim, é a opção mais desejada por estudantes das escolas estaduais paulistas.

A constatação foi feita pela Secretaria Estadual da Educação de SP, em levantamento inédito que analisou respostas de 270 mil alunos do 3º ano do ensino médio no Saresp 2012 (prova do governo). A rede concentra 85% das matrículas do Estado.

Os dados mostram que a área de engenharia e ciências tecnológicas é a que mais desperta interesse dos alunos, com 21,9% das respostas. Em seguida aparece ciências biológicas e saúde, com 13,6%.

"A carreira de engenharia é uma das que paga melhor, então é razoável que as pessoas queiram isso", afirmou Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade e ex-presidente do IBGE.

"Mas outra coisa é saber se elas vão de fato conseguir entrar nos cursos de engenharia, que requerem uma preparação mais forte", completou.

Os dados disponíveis indicam que, apesar da vontade dos alunos, eles acabam em cursos de outras áreas.

No ensino superior paulista, quase metade das matrículas está na área de ciências sociais, negócios e direito, e somente 17% em engenharia e correlatos, segundo censo do Ministério da Educação.

No último vestibular da Fuvest, engenharia foi o 47º curso com mais alunos de escolas públicas aprovados, entre as 56 carreiras oferecidas pela USP na capital paulista.

Biblioteconomia, gestão de políticas públicas e licenciatura em química foram os com mais alunos da rede pública --eles ganharam bônus de até 15% no exame.

MAIS VAGAS

Coordenadora de monitoramento e avaliação da Secretaria Estadual da Educação, Ione Ribeiro diz que o levantamento indica que há deficit de vagas em universidades.

"É um mito que os alunos da rede pública não querem seguir estudando ou não querem cursos considerados puxados. Talvez o que falte são vagas na área", afirmou.

O número de postos em graduações em engenharia vem crescendo, mas a área segue entre as mais disputadas.

Em engenharia civil, por exemplo, houve 3.000 inscritos a mais que o número de vagas oferecidas no país, segundo o MEC. Em administração, por outro lado, 160 mil postos ficaram ociosos.

O baixo número de engenheiros é um dos principais gargalos apontados pelo setor produtivo brasileiro.

Ingrid Nascimento, 17, que se forma neste ano no ensino médio estadual, está atrás dos atrativos da carreira de engenharia civil. Mas reconhece que não será fácil.

"Nem prestei para a USP porque não consegui me preparar tão bem. Agora, espero entrar em uma federal."

Aluna de colégio no Ipiranga (zona sul da capital), ela já tem um plano B: se não passar, fará curso técnico. E tentará engenharia adiante.

Segundo o governo estadual, a amostra de 270 mil alunos é significativa para representar os 500 mil na série.


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