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Com motofaixa ativa, pista para ônibus espreme carros na Sumaré
Apesar da promessa de desativação, ontem trecho seguia marcado e carros ficaram sem espaço
CET informou que chuva atrasou remoção da motofaixa e que serviço foi feito ao longo do dia de ontem
Sem desativar a motofaixa, a Prefeitura de São Paulo inaugurou, ontem, mais 3,9 km de faixa exclusiva para ônibus à direita das avenidas Henrique Schaumann, Paulo 6º, Sumaré e Antártica, entre os bairros de Pinheiros e Água Branca (zona oeste).
Criada em 2006 pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), a motofaixa tem 3 km e funciona junto ao canteiro central das avenidas Sumaré e Paulo 6º.
Ontem, apesar da promessa de desativação, o trecho ainda estava demarcado, e os carros ficaram espremidos nas faixas centrais.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) anunciou a mudança na última quinta-feira, mas não colocou avisos nas vias e poucos sabiam das novas regras.
Morador do Jardim Cachoeira, no Tucuruvi (zona norte), o motorista Edson de Oliveira, 43, usa a motofaixa para ir ao trabalho e diz não ter notado diferença. "Está tudo igual."
Já os motoristas dos carros acham que a faixa exclusiva para ônibus vai sobrecarregar o trânsito. "Essa via não precisa de uma faixa de ônibus. O fluxo de carros é muito grande", afirmou o técnico de manutenção Pietro Mullo, 28. Apesar das reclamações, os motoristas respeitaram o espaço dos coletivos.
Na manhã de ontem, em dez minutos, só quatro carros invadiram a faixa dos ônibus.
Nos coletivos, os passageiros elogiaram a mudança e disseram ter economizado até dez minutos de viagem.
CHUVA
A CET disse que a remoção da motofaixa "foi prejudicada devido à chuva no domingo". Segundo a companhia, uma equipe fez o serviço ao longo do dia de ontem, assim como a retirada das placas que indicam a faixa de moto na Paulo 6º e na Sumaré.
Sobre a sinalização no asfalto, o órgão disse que fará a pintura das novas faixas "ainda nesta semana". A CET afirmou que com a mudança os carros terão "no mínimo" duas faixas para circular.
A companhia intensificará, a partir do dia 2, a fiscalização de motoristas que invadem a faixa de ônibus.
Os comerciantes se dizem preocupados com o impacto da faixa de ônibus na avenida Sumaré. "Espreme os carros e os motoristas não conseguem entrar nas lojas porque não podem invadir a faixa de ônibus", afirma Dimitrie Josif Gheorghiu, diretor da Associação Comercial de São Paulo na zona oeste.
"Não somos contra as faixas, mas o setor está se inviabilizando", completou.