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Carteira de atropelador foi cassada em maio

Motorista que matou jovem não poderia dirigir até 2015; ele se apresentou à polícia e negou que participava de racha

Rapaz foi indiciado por suspeita de homicídio com dolo eventual, pois, para a polícia, ele assumiu risco de matar

LEANDRO MACHADO RICARDO BUNDUKY DE SÃO PAULO

Vagner Ferreira, 28, motorista que atropelou e matou Jéssica Bueno da Silva, 22, na madrugada de anteontem na zona norte de São Paulo, teve a CNH (carteira de habilitação) cassada em maio. O documento também já estava vencido.

O rapaz se apresentou à polícia ontem às 19h. Após depor por duas horas, foi indiciado por suspeita de homicídio com dolo eventual --intencional, pois teria assumido o risco de causar a morte--, além de fuga do local e participação em racha. Deixou o prédio sem falar com a imprensa.

A Folha apurou que a CNH já havia sido suspensa por excesso de multas e acabou cassada depois que Ferreira foi pego dirigindo nessa situação. Com isso, ele não poderia dirigir por dois anos --até maio de 2015.

Entre as infrações cometidas por Ferreira estão: manobra perigosa ou arrancada brusca; transitar em calçada com carro; lacre, chassi, selo ou placa violada ou falsificada; e excesso de velocidade.

As três primeiras são consideradas gravíssimas. Cada uma vale 7 pontos na carteira. Gravidade e pontuação da última dependem da percentagem excedida e do tipo de via.

A CNH é suspensa se, num período de 12 meses, acumula mais de 20 pontos.

Segundo o delegado Marcel Druziani, Ferreira afirmou que trafegava a 80 km/h na av. General Edgar Facó --o limite na via é de 60 km/h-- e tentou se afastar de dois veículos que faziam racha atrás dele.

Para isso, disse que aumentou a velocidade para 90 km/h ou 100 km/h, mas foi fechado por um dos outros carros. Foi quando atingiu Jéssica.

Ferreira disse ainda, de acordo com Druziani, que a garota atravessou fora da faixa de pedestres e que o semáforo estava aberto para carros.

O delegado diz que testemunhas dão versão diferente.

A Polícia Civil pediu imagens de câmeras de monitoramento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para tentar comprovar o racha.

Já conseguiu imagem do Fiat Stilo cerca de três quarteirões antes do acidente, quando Ferreira trafegava ainda em velocidade reduzida, e não havia os dois outros veículos.

"ESPERANÇA"

Ontem de manhã, Solange Peres, mãe da jovem, afirmou não "ter esperança" de que Ferreira ficará preso. "Ele vai se apresentar com um bom advogado. Vamos esperar ele matar outra pessoa. Quem sabe ele aí pode ser preso", disse.

Jéssica foi atingida pelo Fiat Stilo quando cruzava a a via na faixa de pedestres, segundo seus amigos. Mãe de uma menina de quatro anos, ela iria com o namorado e quatro amigos a um show comemorar um novo emprego.

Ao ser atropelada, ficou presa ao veículo e foi levada por cerca de 200 m. Com o impacto, o corpo destruiu o para-brisa e o teto solar e ficou preso dentro do carro.


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