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Alexina Lins Crêspo de Paula (1926-2013)

Amiga de Che Guevara e Allende

PAULO GOMES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando estava em Cuba, na década de 60, a recifense Alexina Lins Crêspo de Paula costumava debruçar-se sobre mapas da América Latina com o então ministro cubano, Che Guevara, para analisar pontos de ação no continente.

A afinidade com Che é apenas uma das histórias curiosas sobre Alexina. A vida política do marido, o líder camponês e congressista Francisco Julião, levou a família a viajar pelo mundo. Fizeram amizade com figuras emblemáticas como Mao Tsé Tung, Salvador Allende, Carlos Marighella e os irmãos Fidel e Raúl Castro.

Alexina fez treinamento militar em Cuba, onde aprendeu código Morse e até a usar bazuca. Viveram ainda no Chile e na Suécia antes de voltarem ao Brasil após a promulgação da Lei de Anistia.

Quando Julião era líder das Ligas Camponesas, visitantes de todo o Brasil frequentavam a casa da família. A mulher cuidava dos feridos, mas também se escondia atrás da porta empunhando um revólver se a visita era de alguém suspeito, como um "latifundiário de terno branco".

Exercia o papel de matriarca com empenho. Fazia reunião mensal com os filhos, Anacleto, Anataílde, Anatilde e Anatólio, e resolvia todos os problemas que pudessem haver entre os casais.

Vaidosa, não aceitou ser chamada de avó pelos primeiros netos. "Vovó não. É Vivi", justificava. O apelido pegou até entre os amigos.

A vida da mulher de personalidade forte rendeu dois documentários: "Memórias Clandestinas" (2007), de Maria Thereza Azevedo, e "Alexina - Memórias de um Exílio" (2012), de Cláudio Bezerra e Stella Maris Saldanha.

Morreu no dia 14, de insuficiência respiratória. Deixa filhos, netos e bisnetos.


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