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Samba paulistano agora é patrimônio da cidade
JAIRO MARQUES DE SÃO PAULOA partir da semana que vem, quem cantarolar os versos "O Arnesto nos convidô prum samba, ele mora Brás", de Adoniran Barbosa, estará lidando com um patrimônio de São Paulo.
Na última reunião do Conpresp (conselho municipal do patrimônio histórico), decidiu-se que o samba paulistano é um bem imaterial da cidade. Na segunda, o secretário municipal da Cultura, Juca Ferreira, assinará a homologação no Theatro Municipal.
Segundo o documento que ajudou na decisão do conselho, a origem do samba paulistano se deu em Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, no fim do século 19.
Lá, romeiros, negros em sua maioria, participavam de festas religiosas com samba e batuque. Aquele samba se difundiu em bairros negros como Barra Funda e Liberdade.
Segundo o documento, só na década de 1950 os desfiles dos "cordões" começaram a virar escolas de samba.
"O samba paulistano, que teve músicos importantes como Paulo Vanzolini e Adoniran Barbosa, ainda não tinha recebido a mais alta honraria que é esse tombamento", diz Alfredo Manevy, secretário-adjunto da Cultura. Desde a semana passada, semáforos de pedestre do Bixiga mostram o rosto de Adoniran.