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'Favelinha' surge em calçada na cracolândia

Viciados que ocupavam casarões erguem 100 barracos em rua do centro

Prefeitura diz apenas que atua em toda a região com equipes de saúde e limpeza, além de guardas-civis

DE SÃO PAULO

Uma "favelinha" surgiu na calçada do terreno da antiga rodoviária de São Paulo, no coração da cracolândia.

As moradias improvisadas ficam na alameda Dino Bueno e na rua Helvétia.

Lá, cerca de cem barracos de madeira e plástico se escoram no alambrado instalado para evitar que viciados em crack tomassem conta do terreno, hoje abandonado.

Procurada pela Folha, a prefeitura não se pronunciou especificamente sobre o surgimento da "favelinha".

Informou que atua na região, incluindo as vias onde foram erguidos os barracos, com equipes de saúde e limpeza, além de guardas civis.

"Os orientadores sociais realizaram 1.169 abordagens nos últimos 30 dias, que resultaram em 341 encaminhamentos para a rede socioassistencial", afirmou, em nota, a gestão Fernando Haddad (PT).

Além dos viciados, moradores de rua e catadores de papelão também ocupam o local. Algumas crianças circulam entre o grupo, mas ninguém soube dizer se elas moram nos barracos.

Comerciantes dizem que esses ocupantes sempre viveram ali, mas decidiram erguer os barracos após a demolição de imóveis abandonados conhecidos por "casarões do crack".

As demolições ocorreram há dois anos, dentro da ação conjunta da prefeitura e do governo do Estado, que tinha a promessa de acabar com o tráfico na região e levar dependentes para tratamento.

De acordo com um comerciante, apesar de haver postos da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, brigas e furtos são frequentes.

No terreno isolado pelas grades, o governo do Estado planejava construir um centro cultural com três teatros.

A área hoje tem mato alto, montes de lixo e continua sendo usada pelos viciados --também como banheiro.

O Complexo Cultural da Luz, anunciado pela gestão José Serra (PSDB) em 2008, ficaria pronto em 2010. O novo prazo agora é 2017.

Já foram gastos R$ 170 milhões em desapropriações, demolições e no projeto. O centro foi projetado pelo mesmo escritório suíço autor do estádio Ninho de Pássaro, construído para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

O complexo era para ser um dos principais equipamentos públicos da Nova Luz, iniciativa da gestão Gilberto Kassab (PSD) para revitalizar a cracolândia.

O plano, que custou R$ 14,6 milhões, foi engavetado por Haddad, que aposta em parcerias público-privadas para fazer edifícios.


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