Folha de S.Paulo

Mari Quadros Malta (1942-2013)

Mãe de seis homens, todos 'Luízes'

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Para acabar com a bagunça que os seis filhos faziam no fusca enquanto iam para a escola, Mari Malta teve de ser drástica: começou a cantar ópera na porta do colégio, na frente dos coleguinhas deles.

Envergonhados, os meninos passaram a se comportar direitinho --e, no menor indício de confusão, a mãe ameaçava com nova cantoria.

Após o casamento com José Eduardo, em 1965, parou de trabalhar para se dedicar integralmente aos pequenos, todos "Luízes" --Eduardo, Carlos, Antônio, Fernando, Augusto e Francisco--, sendo dois pares de gêmeos. A única filha, Wanda, morreu aos quatro meses de idade.

Também deixou de lado o hobby de atriz, que se tornava cada vez mais profissional. Na década de 60, já fazia parte do Teatro de Arena.

Para compensar a correria do dia a dia com as crianças, começou a pintar quadros.

Depois de se divorciar, nos anos 80, retomou o gosto pelas artes cênicas. Participou, entre outras, da peça "A Partilha", de Miguel Falabella.

Sócia do clube Paulistano, foi diretora cultural e fez parte do coral da associação. Aprendeu a cantar e até ganhou prêmios em festivais.

Foi no Paulistano, aliás, que conheceu seu segundo companheiro, Osvaldo, com quem viveu por cerca de 15 anos, até ele morrer, há sete.

Muito alegre e expansiva, adorava ter a casa cheia de gente, rotina que fez parte de sua vida desde a infância na casa de seus avós, em Perdizes, zona oeste de São Paulo.

Morreu na quinta-feira (28), aos 71 anos. Além dos seis filhos, deixa a mãe, Maria, noras e três netos.