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PM retira moradores de favela criada há 40 anos no Morumbi

Em protesto, manifestantes bloquearam avenida por 4 horas

DE SÃO PAULO

Cravado no coração do Morumbi, bairro nobre da zona oeste de São Paulo, o terreno onde ficava uma favela foi reintegrado ontem de manhã.

Em protesto, moradores atearam fogo em madeira, sofás e pneus na av. Doutor Guilherme Dumont Vilares, bloqueando a via das 6h às 10h.

Segundo moradores, a comunidade na Vila Andrade tinha 40 anos. O espaço era ocupado por 57 famílias.

Na vizinhança, os apartamentos passam facilmente de R$ 1 milhão. Na favela, uma casa custava R$ 12 mil.

Andreia de Jesus da Silva, 33, além de moradora havia mais de 20 anos, é sobrinha da fundadora da favela, Rosa Maria, que já morreu. Ela chegou ao local nos anos 1970 e criou filhos e netos ali.

Segundo a sobrinha, ela era vigia no terreno. "Tudo era um matagal. Quando o proprietário parou de pagá-la, ela construiu a casa e começou a comunidade."

Andreia ficou assustada ao ver, no início da manhã, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e uma oficial de justiça na porta de casa. Era a decisão sobre a reintegração.

Irmã de Andreia, Sinaria, que tem um filho de 16 anos com paralisia cerebral, disse que que não tem para onde ir e que a prefeitura "colocou as famílias no olho da rua".

A prefeitura nega. Diz que aos moradores foi oferecido abrigo. Os proprietários do terreno disponibilizaram 12 caminhões para a mudança, além de depósitos onde móveis poderão ficar por 30 dias.

Segundo a oficial de justiça Suzete Mendes, a área pertence a Christiane Bove Santos e outros donos. A Folha não conseguiu contatá-los.


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