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Boemia perdida

Após duas mortes, comerciantes apontam 'descontrole' na segurança do tradicional bairro do Rio; governo promete reforço no policiamento

FABIO BRISOLLA DO RIO

Na madrugada de ontem, o comerciante Gerson Vaz, 63, foi morto a tiros ao tentar evitar um assalto ao seu Boteco do Gérson.

Por volta das 5h30 de domingo passado, o jovem Conrado Chaves da Paz, 19, foi encontrado morto a facadas próximo ao número 500 da avenida Chile, na Lapa.

Lotado de cariocas e turistas de todas as origens e idades, o tradicional bairro da boemia carioca, que nos últimos anos vive um ambiente de retomada de seu auge, está em alerta.

De acordo com vizinhos, em razão da série de assaltos na região, o proprietário do bar costumava trabalhar armado. Ao ser surpreendido pelo assaltante, em torno de 1h30, o comerciante tentou sacar seu revólver, que por uma fração de segundos ficou preso à calça.

Foi o tempo suficiente para o bandido dar vários tiros na direção de Gerson. Ao menos dois atingiram o comerciante, que foi levado ao hospital mais próximo, o Souza Aguiar, mas não resistiu.

Minutos antes, o mesmo assaltante, auxiliado por comparsas dentro de uma picape, roubou R$ 300 de outro bar na rua Riachuelo.

A ousadia da ação retrata uma rotina nesta área turística do Rio. "Descontrole" é a palavra recorrente usada por empresários e moradores ao falar sobre os roubos e furtos.

Na manhã de ontem, representantes de bares, restaurantes e casas culturais da região apresentaram uma lista de reivindicações ao governador Sérgio Cabral (PMDB) em uma reunião que contou com a participação do comando da segurança pública, além de secretários estaduais e municipais.

No foco da discussão estava o policiamento nas ruas, considerado insuficiente para a multidão que circula pela Lapa.

"Nos fins de semana, são 60 policiais para acompanhar os 60 mil frequentadores da Lapa. Para um jogo no Maracanã com 60 mil torcedores, a PM costuma destacar 500 policiais", compara Plínio Fróes, representante do Polo Novo Rio Antigo, que reúne empresários do bairro.

"O poder público perdeu o controle sobre a situação na Lapa", lamenta Fróes.

Segundo os empresários, a presença da PM no bairro se estende até 4h ou 5h, quando ainda há grande movimento nas casas noturnas.

"Quando a PM encerra o expediente na madrugada, as ruas ficam completamente abandonadas e a partir daí é o caos. Os ladrões promovem roubos simultâneos em todos os pontos do bairro", diz Leonardo Feijó, dono do Teatro Odisseia e representante do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes.

1º DE JANEIRO

Na reunião com empresários, Cabral sinalizou que aumentaria o policiamento. Mas não informou quantos policiais vão monitorar a Lapa.

Procurada pela Folha, a Polícia Militar não esclareceu as mudanças no policiamento. Ontem, policiais militares retiraram moradores de rua na região.

No documento, os empresários alertaram para o roteiro de venda de drogas ilícitas em vários pontos do bairro.

Em nota, o governo do Rio informou que a partir de 1º de janeiro entra em vigor a Operação Lapa Presente, para "fortalecer a segurança e o direito de ir e vir dos moradores e frequentadores".


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