Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mãe luta por condenação de assassinos de adolescente

Rapaz foi espancado até a morte em centro de ressocialização de jovens

Moradora de favela foi a audiência com ministra para pedir agilidade em processo; vídeo conta história dela na internet

DO RIO

O exemplo para as mulheres da Rocinha vem de outra favela da zona sul, a do Cantagalo. Deize da Silva Carvalho, 43, tenta há quase seis anos a condenação dos assassinos de seu filho.

Andreu Luis da Silva de Carvalho foi espancado até a morte em 1º de janeiro de 2009, no Centro de Triagem e Recepção do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas). Tinha 17.

Por furtos, já havia sido apreendido duas vezes. Passou três anos no Instituto Padre Severino, centro com histórico de violência contra menores. Um policial disse à imprensa que Andreu chamara o Padre Severino de "parque de diversões", o que Deize nega. Ele ficou marcado.

Na noite de 31 de dezembro de 2008, desceu para a praia de Ipanema e encontrou um colega que tinha acabado de roubar um coronel norte-americano. O militar não reconheceu Andreu como autor do roubo, mas ele foi levado para o Degase.

O primeiro laudo do IML foi inconclusivo. Deize conseguiu a exumação do corpo. O segundo não determinou como se deu a morte, mas apontou traumatismo craniano, hemorragia e cortes. No velório, um cunhado de Deize contou 30 cortes.

MINISTRA

As audiências na Justiça vêm sendo adiadas. Depois que Deize expôs seu caso num encontro no qual estava a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a audiência marcada para fevereiro de 2014 foi antecipada para 11 de dezembro. Seis agentes são acusados.

"Mesmo que meu filho fosse bandido, não tinham o direito de tirar a vida dele", diz ela, que atribui os furtos do filho a um desejo obsessivo --não realizado-- de conhecer o pai, que foi morar nos EUA quando ele tinha três anos.

Várias vezes ameaçada, ela deixou um documento com informações que podem ajudar na investigação. E pôs no YouTube um vídeo em que resume sua história. "O único medo que eu tinha era o de perder meu filho. Depois disso, supero qualquer coisa. Perdi o medo da morte".

Quando policiais da UPP cometem violência no Cantagalo, moradores a procuram. Seu empenho foi fundamental para que a Justiça mandasse a júri --sem data marcada-- o soldado Paulino Mendes Pereira pela morte de André de Lima Cardoso Ferreira.

Funcionário de supermercado, ele foi comprar um cachorro quente para a mulher em 12 de junho, Dia dos Namorados. Dois PMs sem farda o agrediram e um deles atirou em suas costas. Grávida, sua mulher deu à luz uma menina cinco dias depois.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página