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Apesar de queda em rankings, USP dará bônus a professores

Docentes receberão R$ 2.000 em prêmio por excelência, mesmo com classificação pior em listas internacionais

Para opositor, medida beneficia candidato do reitor em eleição; dirigente diz que quer valorizar universidade

FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

Apesar de cair em alguns dos principais rankings internacionais de qualidade, a USP decidiu pagar bônus de R$ 2.000 a todos os seus 20 mil docentes e funcionários.

Segundo as regras do programa, um dos principais quesitos para definir se o prêmio anual deve ser pago é justamente a posição da universidade nessas listagens.

No levantamento britânico Times Higher Education, um dos principais do mundo, a USP caiu da 158ª colocação para o grupo entre 226º e 250º, de 2012 a este ano.

Mesmo com a queda, o reitor, João Grandino Rodas, anunciou na última sexta-feira que haverá o pagamento do bônus neste ano. A divulgação foi feita na reta final do processo de eleição para reitor da universidade. A votação será no próximo dia 19.

Outra medida anunciada pelo reitor, ontem, prevê contratação de mais de 700 professores, a partir de 2014 (hoje são 6.000 docentes).

Rodas não pode se reeleger, mas apoia extraoficialmente um dos candidatos, o seu ex-superintendente de relações institucionais, Wanderley Messias (oficialmente, o reitor nega tal apoio).

Em 2010, já na gestão de Rodas, a USP também enfrentou queda em rankings, e o prêmio não foi pago.

"O reitor está em fim de mandato, mas tem feito opções para que as pessoas votem na chapa que ele apoia", disse o professor José Roberto Drugowich, da equipe do candidato Marco Antonio Zago. "É algo ultrapassado."

O candidato Helio Nogueira da Cruz afirmou: "Não são fornecidos a nós dados sobre o Orçamento. Espero que tenha alguém fazendo contas."

A USP neste ano tem gastado mais do que recebe do governo do Estado (o Orçamento é de cerca de R$ 4 bilhões). A premiação aos servidores, a ser paga em duas vezes, custará R$ 40 milhões.

Em mensagem à universidade, o reitor diz que "embora a performance da USP nas classificações não tenha sido semelhante a edições anteriores (...), considera-se esforço e dedicação dos servidores".

Rodas destaca que neste ano houve greve na universidade, o que prejudicou o desempenho da instituição.

Messias disse que o prêmio será pago porque houve queda em rankings, mas melhora em outros --o panorama, aliado à situação orçamentária, fez o valor ser reduzido (foram R$ 6.000 em 2012).

O candidato José Roberto Cardoso afirmou que há grande demanda por contratações de professores. Sobre o bônus, disse ser "um meio termo, considerando a queda no ranking. Por outro lado, é difícil tirar um benefício".


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