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Justiça manda site tirar crítica a professora de faculdade

Ela se ofendeu; autor dizia haver doutrinação

RICARDO MIOTO DE SÃO PAULO

A Justiça ordenou que um site que critica a doutrinação em escolas retirasse do ar um artigo sobre uma professora da Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo).

O texto no site Escola Sem Partido listava as leituras que Cléo Tibiriçá passava aos alunos da disciplina Comunicação e Expressão, destinada a desenvolver a produção e a interpretação de textos.

A lista incluía o geógrafo Milton Santos, o historiador Eric Hobsbawn e artigos da revista "Carta Capital". Havia ainda o texto de um militante do PSTU que chamava patroas de empregadas domésticas de "herdeiras da escravidão".

Outro, do presidente do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial, criticava Joaquim Barbosa por ter traído a esquerda no julgamento do mensalão.

A partir disso, o autor do site, o procurador do Estado Miguel Nagib, concluía que o objetivo da docente era criar nos alunos "a maior aversão possível a tudo o que não se identifique com uma visão esquerdista da sociedade".

A decisão da juíza Daniela Nudeliman diz que a liberdade de expressão encontra limites no direito à imagem e à honra. Para ela, o texto ofendia a dignidade de Cléo.

"Uma lista de bibliografia dentro de uma instituição de ensino é um instrumento insuficiente para dizer que alguém pensa de determinada maneira", diz Patricia Panisa, advogada da docente.

[O texto] "Serviu de mote para que ela fosse desqualificada como docente. Ela foi acusada de fazer da aula um palanque, e o artigo pedia providências de seus superiores. Blogs reproduziram o texto e a retrataram como uma comunista a ser exterminada."

Já Nagib nega ter havido agressões pessoais, apenas uma crítica à falta de pluralidade. "Os temas tratados nem eram objeto da aula dela, que é de comunicação. Ou ela se abstém de tratar de assuntos ideológicos ou permite aos alunos uma visão ampla."

Ele disse ter descoberto a lista por um aluno, que o contatou. Nagib enviou e-mail à professora e publicou uma resposta dela no site. Ele disse que recorrerá da decisão.


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